segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Todos em prol do sucesso do aluno

Duas instituições são de extrema importância para que as crianças cresçam, desenvolvam-se e se tornem jovens e adultos de sucesso: a família e a escola. Essas são, justamente, as duas primeiras instituições nas quais a criança convive e se socializa. Em virtude desse papel fundamental de ambas, é preciso que uma colabore com a outra no preparo e no progresso dos jovens, algo que nem sempre acontece de maneira satisfatória. “A educação não é responsabilidade exclusiva da escola. Ela é compartilhada entre família e escola. A participação da família é importante nesse processo todo da aprendizagem”, afirma Maria Carolina Nogueira Dias, especialista em Educação da Fundação Itaú Social.
No entanto, realizar essa aproximação entre aluno, pai e escola exige bem mais do que uma simples reunião de pais e mestres, como é o costume em diversos colégios. “Muitas vezes, a família não se sente parte da escola, não só porque não sabe se aproximar, mas porque a escola também não sabe fazer isso”, critica Maria Carolina, que complementa: “a escola deve ter uma comunicação direta, fácil, capaz de traduzir questões educacionais em termos mais simples e falar sobre aprendizagem de jeito mais simples. É essencial poder chamar a família para um evento na escola que não seja exclusivamente para chamar a atenção dos filhos”.
Como sugestão de atividade que pode envolver os familiares e a escola, Maria Carolina cita o projeto Coordenador de Pai, da própria Fundação Itaú Social. Nesse projeto, algumas escolas da região Leste de São Paulo (SP) receberam profissionais que eram dedicadas à relação entre os pais e o colégio. As coordenadoras promoviam várias atividades que envolviam as famílias, como cafés da manhã, em que os pais recebiam certificados que mostravam o bom desempenho dos alunos. “Para a família, é importante mostrar isso. A escola precisa saber que existem outras formas de trazer os pais até ela e que não sejam apenas referentes a questões disciplinares”, diz a especialista.
Outro exemplo de sucesso de aproximação entre família e escola é o que acontece no Instituto Madre Mazzarello, também localizado em São Paulo (SP). “A educação compete à família e à escola. Ambas compartilham desta tarefa, desta missão que é o educar, de maneira que a educação como acreditamos é um diálogo de vontades em prol do protagonismo do educando”, afirma a irmã Célia Apparecida, diretora do instituto. “Temos um acompanhamento bastante personalizado, pois as turmas não são muito grandes. Cada turma tem uma coordenadora, que acompanha muito de perto os alunos e estabelece o contato com os pais via aluno, agenda, site e/ou telefone. Propomos também palestras periódicas para os pais sobre temas que dizem respeito ao interesse da educação, em horários favoráveis, e temos também uma rotina ao término de cada trimestre, com plantão de professores com pais e alunos”, conta. “Além disso, fazemos atividades gerais, de recreação, para que os pais possam brincar na escola, interagindo e se divertindo com os alunos”, elenca a irmã Célia, que afirma estar sempre à disposição dos pais para eventuais conversas. “É dialogando que a gente se entende”, diz. 
Papel dos pais
Se a escola deve aprender a abordar os pais de outras maneiras, a mudança de postura também é válida para os familiares. Maria Carolina destaca os resultados obtidos pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mostrou que, quando os pais se interessam e participam do cotidiano escolar dos filhos, o desempenho chega a ser o equivalente a meio ano de estudo a mais, ou seja, alunos com pais participativos apresentam desempenho escolar de estudantes em séries posteriores. “É importante incentivar os jovens a conversar desde questões mais simples, como os pais perguntarem sobre o dia a dia na escola e o filho relatar como foi a aula e o que ele conversou com os colegas, até assuntos variados, como programas de televisão, filmes, noticiários. Isso estimula a criança a ter raciocínio lógico, a elencar ideias e incentiva processos cognitivos que vão beneficiar a escola”, afirma a especialista, que também cita o incentivo à leitura como algo que tem impacto direto e grande no aprendizado do aluno. “Participar da vida dos alunos não é somente acompanhar a lição de casa”, diz Maria Carolina.

O que a escola e os pais podem fazer em prol do sucesso dos alunos?
Escola:
- Promover mais encontros que não sejam apenas para discutir a repreensão dos alunos com os pais e professores;
- Estabelecer uma comunicação direta e de fácil entendimento com as famílias;
- Realizar atividades recreativas que envolvam pais e alunos dentro da escola.
Pais:
- Conversar com os filhos sobre o cotidiano na escola;
- Estimular debates sobre tópicos diversos que possam ajudar as crianças a desenvolver raciocínio lógico;
- Incentivar os jovens a ler.

Fonte: http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/especiais/sucesso-escolar/527-todos-em-prol-do-sucesso-do-aluno
acessado em 05/10/2015

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