Os três pressupostos da liderança
Escrito por Júlio Furtado
O líder deve ser, necessariamente, aquele que melhor realiza o processo que lidera? Competências operacionais garantem um bom líder? Tenho visto, em muitas cidades que promovem eleição para diretor de escola, a comunidade exercer pressão para que os melhores professores se candidatem. A crença básica é: uma vez bom professor, bom diretor de escola. Com algumas exceções, o fim desse filme é, quase sempre, uma dupla perda. A escola perde um bom professor e fica com um diretor ruim. As competências técnicas necessárias a qualquer liderança dizem respeito às competências específicas do líder, que não englobam somente as já sabidas competências de relação, planejamento e comando.
Falamos aqui de competências especificamente ligadas aos processos que se lidera. As competências técnicas do líder expressam-se em três níveis: conhecimento, avaliação e ação.
No primeiro nível, o líder deve conhecer os processos fundamentais que lidera. Conhecer os processos significa conhecer seus componentes, seus subprocessos, seus produtos e subprodutos. Para liderar uma escola, por exemplo, é preciso conhecer o processo de construção do projeto político-pedagógico, seus desdobramentos e movimentos. É necessário, igualmente, conhecer os processos de planejamento de ensino, avaliação da aprendizagem e logística escolar. Aplica-se aqui o pressuposto da busca por excelência. O conhecimento do líder sobre os processos escolares precisa ser cada vez maior e mais profundo. Nesse sentido, ele deve questionar-se o tempo todo: “Em que processos preciso aprofundar meus conhecimentos com mais intensidade e dedicação nesse momento”?
Acreditar que é possível é prerrogativa básica de toda liderança. Não há liderança sem essa crença na possibilidade. Essa condição se materializa quando o líder se pergunta se realmente acredita ser possível atingir os objetivos por meio da equipe que lidera. O professor, ao dizer que certa turma “não tem jeito”, está desistindo da liderança dessa turma.
Não é possível liderar alguém em quem não se acredita, pois não há liderança sem perspectiva. Diante de uma situação de descrença, o líder precisa mobilizar esforços para reabilitar a crença na possibilidade. Pode ser por meio do desenvolvimento da equipe ou, se necessário, da troca de alguns elementos. Tenho assistido a muitos líderes escolares incrédulos em relação às suas equipes, “fingindo” que lideram. Pense nos três pressupostos da liderança e aproveite para fazer uma autoavaliação.
Fonte: http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/colunistas-ge/julio-furtado/1322-os-tres-pressupostos-da-lideranca
acessada em 21/10/2015
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