quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O papel gerencial do gestor escolar

A responsabilidade do gestor escolar compreende uma série de aspectos que pode resultar no bom funcionamento da escola e em uma educação de qualidade. Além da organização administrativo-financeira e pedagógica da instituição, o diretor deve formar um vínculo com a equipe, de modo a manter equilibrada e viva a relação com a comunidade escolar, que inclui professores, funcionários, alunos e familiares. Dar conta de tudo isso não é fácil e exige características específicas de quem assume essa função, como competência, conhecimento e organização. A Gestão Educacional conversou com a professora Claudia Mara de Almeida, mestre em Educação e coordenadora do curso presencial de Pedagogia da Uninter, e destaca os principais tópicos relacionados à função gerencial do gestor escolar abordados por ela. Acompanhe a seguir.
O PAPEL DO DIRETOR
O diretor é o responsável pela organização administrativa e pedagógica da escola, ou seja, ele organiza os processos que vão permitir que o processo ensino-aprendizagem aconteça. Isso engloba aspectos da administração, questões financeiras, de documentação e também pedagógicas. No âmbito pedagógico, as opções que a escola faz para seu processo de ensino definirão as ações do diretor. O gerenciamento da escola ainda compreende a definição de aspectos relacionados a investimentos, à captação de recursos, à organização da documentação e do espaço escolar, entre outros.
CRIAR VÍNCULOS
O diretor precisa ter boas relações interpessoais, ser uma pessoa aberta, que estabelece vínculos com o outro. “No processo educativo, as decisões não podem ser pautadas no seu modo de pensar, mas sim no [modo de pensar] de determinado grupo. É preciso estabelecer uma boa relação com esse grupo, senão eu [gestor] não cresço, não construo, não gerencio”, enfatiza Claudia. Outra habilidade necessária é ter organização, pois a gestão da escola segue regras, demanda tempo e uma série de cuidados.
AMBIENTE IDEAL
O ambiente escolar ideal é aquele em que as pessoas sabem o que estão fazendo e se sentem parte dele. O diretor não terá sucesso no resultado do trabalho de nenhum funcionário da equipe caso não tenha vínculo com a escola e o processo educativo. Esse é o desafio do gestor: fazer com que a equipe entenda a proposta da escola e se sinta parte dela e, com isso, de­senvolver seu trabalho.
CONFIANÇA NA EQUIPE
O gerenciamento da escola não pode ser uma ação solitária, isolada. O gestor precisa trabalhar com uma equipe, um colegiado ou um grupo de trabalho, que será o seu referencial para a tomada de decisões. “Questões da administração da escola tomam tempo, mas o diretor precisa ter esse olhar para a escola. Por isso, ele precisa ter esse referencial”, ressalta Claudia. O gestor necessita de uma boa equipe, uma vez que é com base nesse contato com sua equipe de pedagogos, secretários e professores que ele fará opções em seu gerenciamento. “Não há como fazer essas opções sozinho, porque quem está vivendo a sala de aula é o professor, quem está conversando com os pais é o pedagogo. O diretor precisa desse contato para dar conta de sua função”, afirma a coordenadora.
HABILIDADES NECESSÁRIAS
O domínio da legislação educacional é uma necessidade, pois sem esse conhecimento não há como tomar decisões. “Hoje se vê muitos diretores tendo problemas, respondendo a processos, criando estratégias equivocadas por falta de conhecimento da legislação”, alerta Claudia. E completa: “Legislação é algo de que as pessoas não gostam, ignoram; isso é habitual na área educacional”. Também é fundamental que o gestor tenha domínio da proposta pedagógica da escola.
INTERAÇÃO
Além de estar presente na escola, o gestor deve promover reuniões de equipe. “Às vezes, o diretor trabalha sozinho, toma decisões sozinho. O ideal é que ele faça contato com sua equipe e, para isso, ele tem que promover esse contato, agilizar essas reuniões”, orienta a coordenadora. Seja na escola pública ou na particular, se o gestor quiser ter boa visão da escola e contato com a comunidade escolar, ele precisa se predispor a sistematizar esses encontros mensais, no mínimo, para que possam ser discutidos aspectos de tudo o que acontece na escola e todos possam apresentar propostas e buscar soluções para as dificuldades.
ESTAR PRESENTE
O gestor precisa estar presente: não é possível gerenciar uma escola sem estar dentro dela. “Há direções tão atribuladas em suas funções, que não estão presentes na sala de aula, não estão circulando na escola, não estão conversando com seus funcionários, com a sua comunidade – isso é muito comum”, adverte Claudia. O diretor precisa organizar o seu tempo para ser uma pessoa presente. O gestor que está presente, em contato com a comunidade escolar, percebe a dinâmica da escola e a vivencia. Por isso, o gestor precisa estar na escola e circular pelos seus espaços, e não perma­necer apenas em sua sala.

Fonte:http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/especiais/negocio-educacao/708-o-papel-gerencial-do-gestor-escolar
acessado em 07/10/2015 
Matéria publicada na edição de março de 2014.

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