sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A sala de aula e as necessidades especiais

A escola é o primeiro lugar que a criança frequenta fora de seu círculo familiar, e a maneira como ela é tratada nesse ambiente pode marcar toda a sua vida. A expressão “necessidades educacionais especiais” pode ser utilizada para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades de aprender. Está associada, portanto, à dificuldade de aprendizagem, não necessariamente vinculada à alguma deficiência.
A educação especial é uma modalidade de ensino destinada a educandos com necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habilidades, superdotação ou talentos.
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva aponta para uma definição de prioridades no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido pela escola a quem dele necessitar. Nessa perspectiva, é  considerado aluno com necessidades especiais aquele que, “por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas”. A classificação desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado (preferencialmente na rede regular de ensino), consta da referida política e dá ênfase a pessoas com deficiências mental, visual, auditiva, física e múltipla; com condutas típicas (problemas de conduta); e com superdotação.
Ainda que as classificações e as terminologias sejam criadas para facilitar o trabalho educacional e, de certa forma, dinamizar os procedimentos, elas podem também gerar consequências negativas quando utilizadas para rotular, discriminar ou até mesmo disseminar ideias preconceituosas e pejorativas em relação aos indivíduos que delas façam parte. As palavras não são neutras ou imparciais. É importante reafirmar que as necessidades especiais não se referem às limitações apresentadas pelas pessoas, mas sim às exigências de ampla acessibilidade que realmente possam oportunizar condições de independência e autonomia desses indivíduos.
O atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais pressupõe assegurar condições para o ingresso e a permanência deles por meio das seguintes ações em curto prazo:
a) flexibilização do processo ensino-aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais;
b) adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas para atender a todos e propiciar o progresso de cada um em função das possibilidades e diferenças individuais;
c) oferta de subsídios aos professores para a realização dessa tarefa, por meio de estudos de documentos, sugestões de leituras, dinâmicas organizadas pelos serviços de orientação educacional e psicologia escolar, troca de experiências entre os docentes e reuniões com a equipe escolar;
d) envolvimento de toda comunidade escolar no processo de inclusão, por meio de reuniões com a equipe de apoio técnico-pedagógico.
A educação é o alicerce para o desenvolvimento de qualquer cidadão, e incluir o aluno com necessidades educacionais especiais é também uma forma de respeitá-lo e garantir a possibilidade de seu crescimento. No entanto, as dificuldades existem – e não são poucas – e ficam bem claras quando observamos a realidade de forma mais crítica. Afinal, colocar o aluno em sala regular e não atender ao que ele realmente necessita não é inclusão.
Fonte:http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/colunistas-ge/renata-monteiro-da-costa/1077-a-sala-de-aula-e-as-necessidades-especiais,
acessado em 23/10/2015

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