Reger uma escola não é
tarefa exclusiva do diretor em detrimento aos demais membros gestores. Envolve
trabalho, desafios diários e permanentes, além de uma boa equipe sintonizada.
Ter uma ação integrada, trabalhar em equipe, deve ser o foco de toda equipe
gestora.
Do zelador ao diretor o
objetivo é o melhor desempenho do processo educativo. Compreender o papel de
cada membro do corpo técnico-administrativo, traçar ações integradas além de
uma boa relação interpessoal do grupo, deve ser a busca de cada membro dessa
equipe gestora-administrativa.
A partir da visão
democrática na gestão educacional, percebe-se que as situações apontadas na
gestão escolar atuais não promovem os resultados desejados, devido aos
processos de resistência a mudanças, falta de participação, escassez de
competências e ausência de condições fundamentais para essas mudanças.
Por esses motivos, o setor
educacional tomou outro direcionamento, em busca de novas realizações,
ampliando o desenvolvimento de competências técnicas, superando paradigmas, e
abrindo caminhos para uma ação mais consciente e produtiva.
Aos
responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a
sustentação de um ambiente propício à participação plena na participação plena
no processo social escolar de seus profissionais, bem como de alunos e de seus
pais, uma vez que se entende que é por essa que os mesmos desenvolvem
consciência social crítica e sentido de cidadania, condições necessárias para
que a gestão escolar democrática e práticas escolares sejam efetivas na
promoção da formação de seus alunos. (LUCK, 2009, p. 78)
A gestão é muito mais significativa à medida
que o grupo gestor é incorporado às estruturas de conhecimento e adquire a
partir daí maior envolvimento na relação construtora que a escola realiza.
Sendo
assim, a escola pode promover um ambiente de integração social. Os professores
podem, por sua vez, mudar a prática pedagógica para transformar a realidade dos
alunos, ser um facilitador da aprendizagem e buscar qualificação adequada para
a promoção de outros indivíduos.
O
envolvimento dos docentes na construção da escola participativa, realiza junto
a equipe gestora, grandes possibilidades de crescimento nas relações
interpessoais, uma proposta pedagógica experimentada, no sentido em que os
alunos e professores, podem compartilhar de aprendizagens vivenciadas e
significativas.
Promover
aos professores um ambiente em que haja expressão e convivência democrática,
otimiza sua participação, interesse e comprometimento, resultando para a escola consequentes processos de melhoria
educacional e de relacionamentos.
A participação, assim, não é um fim e
sim um meio, em vista do que não é importante por si mesma, isto é, a
participação pela participação, mas, sim, pelos resultados que propicia e pelo
desenvolvimento da rede de relações em vários âmbitos, que reforça o trabalho
educacional e promove a vivência democrática. (LUCK, 2009, p. 83)
Nesse
contexto, podemos destacar a contribuição da participação dos pais na vida
escolar dos filhos, o que contribui diretamente para um melhor desempenho
acadêmico e responsabilidades assumidas pelo aluno com maior precisão.
Os
resultados dessa nova estrutura gestora, que atua de maneira coletiva, executa
estratégias que partem do planejamento elaborado pela comunidade escolar, e por
isso começa a dar sinais positivos. Podemos apontar alguns: aprendizagem
significativa, maior envolvimento do corpo docente, clima e cultura
organizacional, maior produtividade e satisfação.
Na
sociedade do conhecimento, a gestão está associada aos resultados obtidos e nos
processos que ela percorre durante o desenvolvimento. Segundo Boccia “os
conflitos e as disputas internas acontecem devido à busca do compartilhamento
do poder por aqueles sujeitos sociais inseridos no contexto educativo,
demonstrando que o diretor não tem um poder isolado”. Portanto, as relações de
poder na escola devem ser integradas, de forma a permitir que todos participem
das construções dos processos da escola.
O
responsável pela instituição escolar é o diretor, ele é o líder, deve gerenciar
coordenar, planejar, traçar os objetivos e atender aos interesses da sua
comunidade. Confirma-se assim que ele é o articulador dos processos
educacionais, e é quem garante ou não a efetivação da gestão participativa na
escola. Segundo Libâneo (2004), liderar é a capacidade de influenciar, motivar,
integrar e organizar pessoas e grupos a trabalharem para a consecução de objetivos.
Podemos
afirmar então que o gestor escolar direciona os processos pedagógicos com a
função de colaborar diretamente com os resultados, com a aprendizagem, a
ensinagem, com os servidores da instituição; ele viabiliza as realizações
integradoras para a emancipação do aluno, contribuindo para ações educacionais
eficientes.
O
gestor competente apropria-se do trabalho de articulação e desenvolvimento das
competências e habilidades, dos valores e das atitudes das pessoas que compõem
a sua comunidade escolar. Sendo, portanto, um gestor de pessoas e o orientador
das funções dentro da instituição.
[...] na realização de seu trabalho, o
diretor precisa hoje gerir problemas que envolvem questões burocráticas
referentes ao atendimento das solicitações de órgãos centrais, como o
cumprimento de prazos, o acatamento das determinações legais que regem o
sistema educativo e, para além delas, a responsabilidade de administrar,
gerenciar, coordenar os interesses do setor público e privado, colocados não só
pelo Estado, pela legislação, mas também pela sociedade e pela comunidade do
entorno da escola. (BOCCIA, 2011, p. 46)
A prática desempenhada pelo
diretor escolar revela a importância das características desse gestor, assim
como os papéis que ele assume na formação contínua, dinâmica e complexa das
pessoas em que ele entra em contato.
O gestor da escola é o
motivador das realizações, depende dele a força que mantém e constrói
conceitos, sonhos, metas e conquistas dentro da escola.
Quando os gestores ficam satisfeitos
com as condições e processos sociais presentes na escola, não percebem
perspectivas para a sua melhoria e não almejam promovê-las, estão fadados a
realizar uma ação profissional medíocre e a promover resultados insuficientes
em sua escola. (LUCK, 2011, p. 136)
Exercer a gestão de forma
positiva, desenvolvendo pessoas, gerenciando recursos e analisando resultados a
partir de um plano de ação, são desafios propostos à liderança escolar.
Portanto, espera-se muitas
ações do gestor da escola. É necessário que ele tenha competência e deve saber
agir para mobilizar os profissionais que trabalham na instituição, a fim de
executar atividades e tarefas.
A liderança escolar deve
saber se comunicar, aprender e saber assumir responsabilidades diante dos
liderados e da comunidade escolar, ter visão estratégica e dominar os conhecimentos pertinentes à
organização.
O acompanhamento das pessoas
e suas atividades, bem como o funcionamento das áreas educacionais, com
resultados obtidos ao longo das estratégias do planejamento desenvolvido pelo
gestor pode permitir uma gestão mais participativa, em que ele não desempenha o
poder centralizador, mas apropria-se de meios que podem mediar o controle
necessário para alcançar os objetivos propostos.
Sendo assim, a escola
percebe o resultado do empenho das todas as áreas educacionais. A gestão
democrática viabiliza a dinâmica, a comunicação, alarga horizontes das pessoas,
efetiva as oportunidades de crescimento da empresa e estabelece ações mais
conjuntas.
O
relacionamento de pessoas e organizações abre espaço para a expansão e
possibilidades de melhores e maiores resultados na empresa. A interação
proporciona visão ampla dos objetivos e metas a serem atingidas, pois há
colaboração dos envolvidos, garantindo o sucesso nas parcerias.
Portanto, na medida em que
as oportunidades de crescimento, desenvolvimento profissional e qualidade de
ensino na escola acontecem, devido a liderança gestora competente, a comunidade
escolar tende a ser mais favorecida e assim, ganha o aluno, mediante esse
desenvolvimento significativo.
A eficácia do processo
educativo é o objetivo primordial de qualquer equipe gestora no desempenho de
suas atribuições. Diante do tema analisado, pôde-se observar a importância de
se pensar o ambiente escolar dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite
da implementação de métodos integrados, a fim de que se alcancem os objetivos
propostos pelos membros em questão.
Apesar de existirem funções
específicas por parte dos membros da equipe gestora, observa-se que, quando as
ações se integram, o resultado apresenta-se positivo em todos os aspectos,
tanto relacional, quanto integrador, organizado e cognitivo no sentido de
alcançar com eficiência e eficácia o processo educativo.
Professores e pais têm papel
fundamental na organização e aprimoramento acadêmico do aluno, e quando
trabalham juntos a administração escolar de maneira integrada, o objetivo maior
é alcançado.
REFERÊNCIAS
BOCCIA, Margarete
Bertolo. Os papéis assumidos pelos diretores de escola. Jundiaí- SP: Edições Pulsar,
2011.
LIBÂNEO,
José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. 5ª edição. Goiânia-GO: Alternativa, 2004.
LUCK,
Heloísa. A Gestão Participativa na Escola.
5ª edição. Petrópolis- RJ: Vozes, 2009.
____________ Liderança em Gestão Escolar. 6ª edição.
Petrópolis- RJ: Editora Vozes, 2010.
____________
Liderança em Gestão Escolar. 7ª edição.
Petrópolis – RJ: Vozes, 2011.
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