quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Pedagogia gestora: A importância do grupo gestor

Reger uma escola não é tarefa exclusiva do diretor em detrimento aos demais membros gestores. Envolve trabalho, desafios diários e permanentes, além de uma boa equipe sintonizada. Ter uma ação integrada, trabalhar em equipe, deve ser o foco de toda equipe gestora.
Do zelador ao diretor o objetivo é o melhor desempenho do processo educativo. Compreender o papel de cada membro do corpo técnico-administrativo, traçar ações integradas além de uma boa relação interpessoal do grupo, deve ser a busca de cada membro dessa equipe gestora-administrativa.
A partir da visão democrática na gestão educacional, percebe-se que as situações apontadas na gestão escolar atuais não promovem os resultados desejados, devido aos processos de resistência a mudanças, falta de participação, escassez de competências e ausência de condições fundamentais para essas mudanças.
Por esses motivos, o setor educacional tomou outro direcionamento, em busca de novas realizações, ampliando o desenvolvimento de competências técnicas, superando paradigmas, e abrindo caminhos para uma ação mais consciente e produtiva.
Aos responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a sustentação de um ambiente propício à participação plena na participação plena no processo social escolar de seus profissionais, bem como de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa que os mesmos desenvolvem consciência social crítica e sentido de cidadania, condições necessárias para que a gestão escolar democrática e práticas escolares sejam efetivas na promoção da formação de seus alunos. (LUCK, 2009, p. 78)

 A gestão é muito mais significativa à medida que o grupo gestor é incorporado às estruturas de conhecimento e adquire a partir daí maior envolvimento na relação construtora que a escola realiza.
            Sendo assim, a escola pode promover um ambiente de integração social. Os professores podem, por sua vez, mudar a prática pedagógica para transformar a realidade dos alunos, ser um facilitador da aprendizagem e buscar qualificação adequada para a promoção de outros indivíduos. 
            O envolvimento dos docentes na construção da escola participativa, realiza junto a equipe gestora, grandes possibilidades de crescimento nas relações interpessoais, uma proposta pedagógica experimentada, no sentido em que os alunos e professores, podem compartilhar de aprendizagens vivenciadas e significativas.
            Promover aos professores um ambiente em que haja expressão e convivência democrática, otimiza sua participação, interesse e comprometimento, resultando para  a escola consequentes processos de melhoria educacional e de relacionamentos.
A participação, assim, não é um fim e sim um meio, em vista do que não é importante por si mesma, isto é, a participação pela participação, mas, sim, pelos resultados que propicia e pelo desenvolvimento da rede de relações em vários âmbitos, que reforça o trabalho educacional e promove a vivência democrática. (LUCK, 2009, p. 83)

            Nesse contexto, podemos destacar a contribuição da participação dos pais na vida escolar dos filhos, o que contribui diretamente para um melhor desempenho acadêmico e responsabilidades assumidas pelo aluno com maior precisão.
            Os resultados dessa nova estrutura gestora, que atua de maneira coletiva, executa estratégias que partem do planejamento elaborado pela comunidade escolar, e por isso começa a dar sinais positivos. Podemos apontar alguns: aprendizagem significativa, maior envolvimento do corpo docente, clima e cultura organizacional, maior produtividade e satisfação.
            Na sociedade do conhecimento, a gestão está associada aos resultados obtidos e nos processos que ela percorre durante o desenvolvimento. Segundo Boccia “os conflitos e as disputas internas acontecem devido à busca do compartilhamento do poder por aqueles sujeitos sociais inseridos no contexto educativo, demonstrando que o diretor não tem um poder isolado”. Portanto, as relações de poder na escola devem ser integradas, de forma a permitir que todos participem das construções dos processos da escola.
            O responsável pela instituição escolar é o diretor, ele é o líder, deve gerenciar coordenar, planejar, traçar os objetivos e atender aos interesses da sua comunidade. Confirma-se assim que ele é o articulador dos processos educacionais, e é quem garante ou não a efetivação da gestão participativa na escola. Segundo Libâneo (2004), liderar é a capacidade de influenciar, motivar, integrar e organizar pessoas e grupos a trabalharem para a consecução de objetivos.
            Podemos afirmar então que o gestor escolar direciona os processos pedagógicos com a função de colaborar diretamente com os resultados, com a aprendizagem, a ensinagem, com os servidores da instituição; ele viabiliza as realizações integradoras para a emancipação do aluno, contribuindo para ações educacionais eficientes.
            O gestor competente apropria-se do trabalho de articulação e desenvolvimento das competências e habilidades, dos valores e das atitudes das pessoas que compõem a sua comunidade escolar. Sendo, portanto, um gestor de pessoas e o orientador das funções dentro da instituição.
[...] na realização de seu trabalho, o diretor precisa hoje gerir problemas que envolvem questões burocráticas referentes ao atendimento das solicitações de órgãos centrais, como o cumprimento de prazos, o acatamento das determinações legais que regem o sistema educativo e, para além delas, a responsabilidade de administrar, gerenciar, coordenar os interesses do setor público e privado, colocados não só pelo Estado, pela legislação, mas também pela sociedade e pela comunidade do entorno da escola. (BOCCIA, 2011, p. 46)

A prática desempenhada pelo diretor escolar revela a importância das características desse gestor, assim como os papéis que ele assume na formação contínua, dinâmica e complexa das pessoas em que ele entra em contato.
O gestor da escola é o motivador das realizações, depende dele a força que mantém e constrói conceitos, sonhos, metas e conquistas dentro da escola.
Quando os gestores ficam satisfeitos com as condições e processos sociais presentes na escola, não percebem perspectivas para a sua melhoria e não almejam promovê-las, estão fadados a realizar uma ação profissional medíocre e a promover resultados insuficientes em sua escola. (LUCK, 2011, p. 136)

Exercer a gestão de forma positiva, desenvolvendo pessoas, gerenciando recursos e analisando resultados a partir de um plano de ação, são desafios propostos à liderança escolar.
Portanto, espera-se muitas ações do gestor da escola. É necessário que ele tenha competência e deve saber agir para mobilizar os profissionais que trabalham na instituição, a fim de executar atividades e tarefas.
A liderança escolar deve saber se comunicar, aprender e saber assumir responsabilidades diante dos liderados e da comunidade escolar, ter visão estratégica e  dominar os conhecimentos pertinentes à organização.
O acompanhamento das pessoas e suas atividades, bem como o funcionamento das áreas educacionais, com resultados obtidos ao longo das estratégias do planejamento desenvolvido pelo gestor pode permitir uma gestão mais participativa, em que ele não desempenha o poder centralizador, mas apropria-se de meios que podem mediar o controle necessário para alcançar os objetivos propostos.
Sendo assim, a escola percebe o resultado do empenho das todas as áreas educacionais. A gestão democrática viabiliza a dinâmica, a comunicação, alarga horizontes das pessoas, efetiva as oportunidades de crescimento da empresa e estabelece ações mais conjuntas.
O relacionamento de pessoas e organizações abre espaço para a expansão e possibilidades de melhores e maiores resultados na empresa. A interação proporciona visão ampla dos objetivos e metas a serem atingidas, pois há colaboração dos envolvidos, garantindo o sucesso nas parcerias.
Portanto, na medida em que as oportunidades de crescimento, desenvolvimento profissional e qualidade de ensino na escola acontecem, devido a liderança gestora competente, a comunidade escolar tende a ser mais favorecida e assim, ganha o aluno, mediante esse desenvolvimento significativo.
A eficácia do processo educativo é o objetivo primordial de qualquer equipe gestora no desempenho de suas atribuições. Diante do tema analisado, pôde-se observar a importância de se pensar o ambiente escolar dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite da implementação de métodos integrados, a fim de que se alcancem os objetivos propostos pelos membros em questão.
Apesar de existirem funções específicas por parte dos membros da equipe gestora, observa-se que, quando as ações se integram, o resultado apresenta-se positivo em todos os aspectos, tanto relacional, quanto integrador, organizado e cognitivo no sentido de alcançar com eficiência e eficácia o processo educativo.

Professores e pais têm papel fundamental na organização e aprimoramento acadêmico do aluno, e quando trabalham juntos a administração escolar de maneira integrada, o objetivo maior é alcançado.

REFERÊNCIAS

BOCCIA, Margarete Bertolo.  Os papéis assumidos pelos diretores de escola.  Jundiaí- SP: Edições Pulsar, 2011.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. 5ª edição. Goiânia-GO: Alternativa, 2004.

LUCK, Heloísa.  A Gestão Participativa na Escola.  5ª edição. Petrópolis- RJ: Vozes, 2009.

____________ Liderança em Gestão Escolar. 6ª edição. Petrópolis- RJ: Editora Vozes, 2010.

____________ Liderança em Gestão Escolar. 7ª edição. Petrópolis – RJ: Vozes, 2011.


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