O computador pode ser usado na educação como
máquina de ensinar ou como ferramenta. O uso do computador como máquina de
ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais. Do ponto
de vista pedagógico esse é o paradigma instrucionista. Alguém implementa no
computador uma série de informações, que devem ser passadas ao aluno na forma
de um tutorial, exercício-e-prática ou jogo.
O computador para ser efetivo no
processo de desenvolvimento da capacidade de criar e pensar não pode ser
inserido na educação como uma máquina de ensinar. Essa seria a informatização
do paradigma instrucionista. O computador no paradigma construcionista deve ser
usado como uma ferramenta que facilita a descrição, a reflexão e a depuração de
ideias (VALENTE, 1991, p.12).
A última década do século XX trouxe mudanças drásticas em
todo o ambiente organizacional, ocasionadas principalmente por dois fatores:
globalização e tecnologia. O efeito maior da globalização é a diminuição de
distâncias; a abertura de fronteiras atinge grupos sociais, raças, países,
religiões, organizações e pessoas, com o efeito final de aproximá-las de forma
nunca vista antes.
Esse fator apresenta consequências variadas, pela troca
de informações e conhecimento, o que permite o posicionamento de cada indivíduo
no contexto internacional de forma mais precisa do que antigamente,
evidenciando forças e fraquezas e facilitando a compreensão das distâncias que
os separam.
O computador, e os
demais aparatos tecnológicos, na sociedade atual, contrariamente ao passado que
os percebia somente como "coisas" de especialista, são vistos como
bens necessários dentro dos lares e saber operá-los constitui-se em condição de
empregabilidade e domínio da cultura (PRETTO, 1999, p.104).
O desenvolvimento tecnológico também modificou a
estrutura organizacional, por dois motivos principais:
- disponibilidade: fator importante que permite que todos, independentemente de tamanho ou estágio de desenvolvimento, tenham acesso a mais avançada tecnologia disponível, o que não era viável até a década de 1980, quando apenas organizações de certo porte ou avançadas tecnologicamente tinham condições de operar;
- complexidade: as funcionalidades hoje oferecidas – por exemplo, sistemas de gestão integrados – conduzem menos à operação rotineira e muito mais à capacidade de tomada de decisões pelo gestor da organização, resultando na necessidade de aumentar constantemente o perfil de competências do ser humano, quando se incorpora tecnologia.
A evolução dos recursos tecnológicos e dos sistemas de
informação é um ponto forte no crescimento mundial e fundamental para as
pessoas que se beneficiam de suas aplicações. As novas tecnologias serão cada
vez mais utilizadas num futuro próximo. Seu potencial é vasto e tende a ser
utilizado, em várias áreas do conhecimento, com muito mais frequência do que a
encontrada na atualidade.
São diversas as tecnologias que temos como recursos de
trabalho e estudo. Elas proporcionam a nós, usuários, sensações e emoções que
talvez no mundo real não pudéssemos ter. A tecnologia avança rapidamente e
precisamos estar preparados para acompanhá-la.
Na área educacional isso não
é diferente Incontestavelmente a
tecnologia já faz parte do nosso dia a dia. E isso significa que precisamos
observar, rever e avaliar as atuais estruturas do ambientes educacionais para
continuadamente explorar as habilidades que a tecnologia nos oferece.
O
uso de computadores, por exemplo, em razão de agregar várias mídias em uma
infinidade de programas interativos, traz ganhos pedagógicos documentados em
várias pesquisas ao redor do mundo. Editores de textos, editores
gráficos e ambientes de construção multimídia permitem ao aluno se expressar,
criando e recriando infinitamente. Enciclopédias e bibliotecas digitais ampliam
as possibilidades de acesso ao conhecimento universal.
Na
área da educação é notória a pressão quanto ao seu uso no processo da
aprendizagem, o computador com a informática educativa, tem sua utilização
relacionada como mais uma ferramenta pedagógica, que sem dúvida nenhuma causaria
uma mudança no paradigma pedagógico.
Existem
crianças que chegam à escola tendo visto o mundo apenas pela televisão, outras
chegam com múltiplas experiências e contatos enriquecedores com outros adultos
e com o meio. As mensagens que os meios emitem são parte da vida cotidiana. É
importante integrá-las na aula como elementos constitutivos da vida diária e do
conhecimento experiencial (LITWIN, 1997, p.123)
Pois
não se pode negar que hoje não só o computador, mas as tecnologias da informação
estão cada vez mais presentes no dia a dia, tornando muitas vezes peça central
das atividades que a humanidade realiza.
A
Informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos
conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser um
complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do
indivíduo (FLORES, 1996, p.75).
O
aluno precisa saber por que esta aprendendo e ter clareza em relação aos seus
objetivos e aos processos de vida fora do contexto escolar.
É preciso
criar situações para que esse aluno estabeleça relações. Para que estabeleça
relações entre relações, que faça construções renovadas e reinvente as noções
que se pretende que ele aprenda. Só assim se alcança a compreensão de um
conhecimento (NITZKE, 2002, p.103).
Embora
alguns professores apresentando uma visão reducionista sobre a utilização da
informática educativa e tendo conhecimentos básicos (superficiais) sobre a utilização
do computador. Pode-se perceber que conhecem sites, jogos e softwares pedagógicos
que auxiliam nos conteúdos trabalhados dentro da sala de aula. Basta serem
orientados e capacitados para atuarem como mediadores reais do conhecimento.
Enfim,
para lidar com tantas novidades e com as oportunidades que elas trazem, é
preciso formar os cidadãos para uma participação ativa na sociedade da
informação: iniciativas de inclusão digital e de formação continuada devem ser
estimuladas.
Um
trabalho sério utilizando as ferramentas tecnológicas como mais uma ferramenta
na aprendizagem atrai o aluno que tem um cotidiano cercado por estímulos
voltados a tecnologia, ao dinamismo da internet a rapidez de resultados, e
fideliza esse estudante, uma vez que os conteúdos e conceito se aproximam de
sua realidade, facilitando o entendimento.
A
tecnologia não deve ser trabalhada em separado, mas integrada da aquisição e
fixação de conteúdos, sendo usada como uma ferramenta que não tenha um fim em
si mesma.
Orientados
pelo professor os alunos saberão como pesquisar, onde pesquisar e quais
conteúdos com maior credibilidade devem ser acessados. Também em sala de aula,
como utilizar as tecnologias que cotidianamente estão ao alcance das mãos dos
alunos em proveito da aquisição de conhecimentos substanciais.
REFERÊNCIAS
FLORES,
Angelita Marçal. A Informática na
Educação: Uma Perspectiva Pedagógica – monografia (Nov/2002) - Universidade
do Sul de Santa Catarina, 1996. Disponível em:
http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm
Acessado em: 19 de abril de 2011.
LITWIN, Edith. As Mudanças Educacionais: Qualidade e
Inovação no Campo da Tecnologia Educacional. In: LITWIN, Edith. (org.).
Tecnologia Educacional. Trad.:
Ernani Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
NITZKE,
J. A.; CARNEIRO, M. L. F.; FRANCO, S. R. K. Ambientes de Aprendizagem Cooperativa Apoiada pelo Computador e sua
Epistemologia. In: Informática na Educação: teoria & prática. Porto
Alegre: UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, 2002.
PRETTO,
Nelson de Luca (org.). Globalização
& organização: mercado de trabalho, tecnologias de comunicação, educação a
distância e sociedade planetária. Ijuí: Ed. Unijuí, 1999.
VALENTE,
J.A. org. Liberando a Mente:
Computadores na Educação Especial. Campinas, São Paulo: Gráfica da UNICAMP,
1991
VALENTE,
J.A.; VALENTE, A.B. Logo: Conceitos,
Aplicações e Projetos. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1988
VALENTE,
J. A.(org.). O computador na sociedade do conhecimento. São Paulo:
NIED/UNICAMP, 1999.
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