segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A Tecnologia Como Ferramenta na Aprendizagem

O computador pode ser usado na educação como máquina de ensinar ou como ferramenta. O uso do computador como máquina de ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais. Do ponto de vista pedagógico esse é o paradigma instrucionista. Alguém implementa no computador uma série de informações, que devem ser passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício-e-prática ou jogo.
O computador para ser efetivo no processo de desenvolvimento da capacidade de criar e pensar não pode ser inserido na educação como uma máquina de ensinar. Essa seria a informatização do paradigma instrucionista. O computador no paradigma construcionista deve ser usado como uma ferramenta que facilita a descrição, a reflexão e a depuração de ideias (VALENTE, 1991, p.12).

A última década do século XX trouxe mudanças drásticas em todo o ambiente organizacional, ocasionadas principalmente por dois fatores: globalização e tecnologia. O efeito maior da globalização é a diminuição de distâncias; a abertura de fronteiras atinge grupos sociais, raças, países, religiões, organizações e pessoas, com o efeito final de aproximá-las de forma nunca vista antes.
Esse fator apresenta consequências variadas, pela troca de informações e conhecimento, o que permite o posicionamento de cada indivíduo no contexto internacional de forma mais precisa do que antigamente, evidenciando forças e fraquezas e facilitando a compreensão das distâncias que os separam.
O computador, e os demais aparatos tecnológicos, na sociedade atual, contrariamente ao passado que os percebia somente como "coisas" de especialista, são vistos como bens necessários dentro dos lares e saber operá-los constitui-se em condição de empregabilidade e domínio da cultura (PRETTO, 1999, p.104).

O desenvolvimento tecnológico também modificou a estrutura organizacional, por dois motivos principais:
  •    disponibilidade: fator importante que permite que todos, independentemente de tamanho ou estágio de desenvolvimento, tenham acesso a mais avançada tecnologia disponível, o que não era viável até a década de 1980, quando apenas organizações de certo porte ou avançadas tecnologicamente tinham condições de operar;
  •     complexidade: as funcionalidades hoje oferecidas – por exemplo, sistemas de gestão integrados – conduzem menos à operação rotineira e muito mais à capacidade de tomada de decisões pelo gestor da organização, resultando na necessidade de aumentar constantemente o perfil de competências do ser humano, quando se incorpora tecnologia.

A evolução dos recursos tecnológicos e dos sistemas de informação é um ponto forte no crescimento mundial e fundamental para as pessoas que se beneficiam de suas aplicações. As novas tecnologias serão cada vez mais utilizadas num futuro próximo. Seu potencial é vasto e tende a ser utilizado, em várias áreas do conhecimento, com muito mais frequência do que a encontrada na atualidade.
São diversas as tecnologias que temos como recursos de trabalho e estudo. Elas proporcionam a nós, usuários, sensações e emoções que talvez no mundo real não pudéssemos ter. A tecnologia avança rapidamente e precisamos estar preparados para acompanhá-la.
Na área educacional isso não é diferente Incontestavelmente a tecnologia já faz parte do nosso dia a dia. E isso significa que precisamos observar, rever e avaliar as atuais estruturas do ambientes educacionais para continuadamente explorar as habilidades que a tecnologia nos oferece.
O uso de computadores, por exemplo, em razão de agregar várias mídias em uma infinidade de programas interativos, traz ganhos pedagógicos documentados em várias pesquisas ao redor do mundo. Editores de textos,  editores gráficos e ambientes de construção multimídia permitem ao aluno se expressar, criando e recriando infinitamente. Enciclopédias e bibliotecas digitais ampliam as possibilidades de acesso ao conhecimento universal.
Na área da educação é notória a pressão quanto ao seu uso no processo da aprendizagem, o computador com a informática educativa, tem sua utilização relacionada como mais uma ferramenta pedagógica, que sem dúvida nenhuma causaria uma mudança no paradigma pedagógico.
Existem crianças que chegam à escola tendo visto o mundo apenas pela televisão, outras chegam com múltiplas experiências e contatos enriquecedores com outros adultos e com o meio. As mensagens que os meios emitem são parte da vida cotidiana. É importante integrá-las na aula como elementos constitutivos da vida diária e do conhecimento experiencial (LITWIN, 1997, p.123)

Pois não se pode negar que hoje não só o computador, mas as tecnologias da informação estão cada vez mais presentes no dia a dia, tornando muitas vezes peça central das atividades que a humanidade realiza.
A Informática deve habilitar e dar oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino/aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares visando o desenvolvimento integral do indivíduo (FLORES, 1996, p.75).

O aluno precisa saber por que esta aprendendo e ter clareza em relação aos seus objetivos e aos processos de vida fora do contexto escolar.
É preciso criar situações para que esse aluno estabeleça relações. Para que estabeleça relações entre relações, que faça construções renovadas e reinvente as noções que se pretende que ele aprenda. Só assim se alcança a compreensão de um conhecimento (NITZKE, 2002, p.103).

Embora alguns professores apresentando uma visão reducionista sobre a utilização da informática educativa e tendo conhecimentos básicos (superficiais) sobre a utilização do computador. Pode-se perceber que conhecem sites, jogos e softwares pedagógicos que auxiliam nos conteúdos trabalhados dentro da sala de aula. Basta serem orientados e capacitados para atuarem como mediadores reais do conhecimento.
Enfim, para lidar com tantas novidades e com as oportunidades que elas trazem, é preciso formar os cidadãos para uma participação ativa na sociedade da informação: iniciativas de inclusão digital e de formação continuada devem ser estimuladas. 
Um trabalho sério utilizando as ferramentas tecnológicas como mais uma ferramenta na aprendizagem atrai o aluno que tem um cotidiano cercado por estímulos voltados a tecnologia, ao dinamismo da internet a rapidez de resultados, e fideliza esse estudante, uma vez que os conteúdos e conceito se aproximam de sua realidade, facilitando o entendimento.
A tecnologia não deve ser trabalhada em separado, mas integrada da aquisição e fixação de conteúdos, sendo usada como uma ferramenta que não tenha um fim em si mesma.
Orientados pelo professor os alunos saberão como pesquisar, onde pesquisar e quais conteúdos com maior credibilidade devem ser acessados. Também em sala de aula, como utilizar as tecnologias que cotidianamente estão ao alcance das mãos dos alunos em proveito da aquisição de conhecimentos substanciais.


REFERÊNCIAS

FLORES, Angelita Marçal. A Informática na Educação: Uma Perspectiva Pedagógica – monografia (Nov/2002) - Universidade do Sul de Santa Catarina, 1996. Disponível em:
http://www.hipernet.ufsc.br/foruns/aprender/docs/monogr.htm Acessado em: 19 de abril de 2011.

LITWIN, Edith. As Mudanças Educacionais: Qualidade e Inovação no Campo da Tecnologia Educacional. In: LITWIN, Edith. (org.). Tecnologia Educacional. Trad.: Ernani Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

NITZKE, J. A.; CARNEIRO, M. L. F.; FRANCO, S. R. K. Ambientes de Aprendizagem Cooperativa Apoiada pelo Computador e sua Epistemologia. In: Informática na Educação: teoria & prática. Porto Alegre: UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, 2002.

PRETTO, Nelson de Luca (org.). Globalização & organização: mercado de trabalho, tecnologias de comunicação, educação a distância e sociedade planetária. Ijuí: Ed. Unijuí, 1999.

VALENTE, J.A. org. Liberando a Mente: Computadores na Educação Especial. Campinas, São Paulo: Gráfica da UNICAMP, 1991

VALENTE, J.A.; VALENTE, A.B. Logo: Conceitos, Aplicações e Projetos. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1988

VALENTE, J. A.(org.). O computador na sociedade do conhecimento. São Paulo: NIED/UNICAMP, 1999.


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