terça-feira, 11 de agosto de 2015

Componentes na Gestão Escolar

A gestão escolar, a coordenação pedagógica, e a orientação educacional se constituem em três áreas fundamentais no processo educacional. Todos os aspectos relacionados a vida escolar, dependem da atuação das pessoas que ocupam esses funções.
Este documento tem por objetivo examinar aspectos relacionados à atuação do Gestor escolar, do Coordenador Pedagógico, e orientador educacional, destacando suas funções em meio a um mundo contemporâneo de constantes transformações, e a integração dessas funções nas ações educativas.


1 Atribuições

1.1 Gestor Escolar

O Gestor escolar é o principal responsável pela escola, ele tem a função de fazer com que as atividades sejam realizadas eficiente e eficazmente com e através de outras pessoas. Durante muito tempo esta função foi alvo de criticas, em um primeiro momento, pela busca de definição em torno de sua atribuição como administrador, e posteriormente, buscou-se a redefinição de práticas excessivamente burocráticas, conservadoras, autoritárias e centralizadoras.
Diante das transformações ocorridas, sabemos que muitos gestores escolares já estão trabalhando embasados em práticas de gestão e liderança participativa, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias mudanças na educação. Assim, as ações do gestor escolar devem estar pautadas na gestão e administração com conotação pedagógica uma vez que se trata de uma gestão em função do campo educativo.
De acordo com José Carlos Libâneo, em seu livro Organização e gestão da escola, as atribuições competentes ao gestor escolar visam dirigir e coordenar o andamento dos trabalhos, a eficácia na utilização dos recursos, assegurar o processo participativo de tomada de decisões, assegurar a execução coordenada das atividades e setores da escola além de articular as relações interpessoais entre escola e comunidade.
Ainda acerca das competências envolvendo a gestão escolar, vale ressaltar que todas as ações citadas devem estar embasadas dentro de critérios que envolvam autoridade, responsabilidade, disciplina e iniciativa. Esses quatro critérios mencionados nortearão as ações no que tange supervisionar e responder por todas as atividades administrativas e pedagógicas, bem como as relações com os pais e a comunidade. O gestor deve assegurar condições e meios de manutenção de um ambiente de trabalho favorável e de condições materiais necessárias a consecução dos objetivos da escola, incluindo a responsabilidade pelo patrimônio e sua adequada utilização.
Enfim, o gestor deve buscar os meios e condições que favoreçam a atividade profissional de todos os funcionários, visando à boa qualidade do ensino, para isto, deve assegurar o cumprimento da legislação educacional em consonância com o regimento escolar garantindo a aplicação das diretrizes de funcionamento da instituição e das normas disciplinares.

1.2 Coordenador Pedagógico

Articulador. Eis um “sinônimo” para o coordenador pedagógico. Articular de forma eficiente e eficaz os diversos segmentos da escola de forma a colocar em prática o Projeto Político Pedagógico.
Podemos dizer que a primeira atribuição da coordenação é a assistência pedagógico-didática aos professores, de forma a alcançar a proposta de qualidade de ensino. Trabalhar junto ao professor de forma a direcioná-lo na situação mais propícia a aprendizagem do aluno.
A principal função da coordenação, entre outras já citadas, seria a formação de professores. Isso não anula as outras atribuições, mas se faz necessário diante de sua função de articulador e formador.
Dentre a gama de atribuições de uma coordenação pedagógica podemos citar algumas dessas como:
Responsável pelas atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola, priorizando a qualidade do cognitivo do processo ensino e aprendizagem.
Supervisionar e elaborar diagnósticos, projeto pedagógico-curricular da escola, junto ao corpo docente, e outros planos e projetos.
Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, além da assistência direta aos professores na elaboração dos planos de ensino, escolha de livros didáticos, práticas de avaliação da aprendizagem, adequação de conteúdo, desenvolvimento de competências metodológicas, práticas avaliativas.
De modo geral, de acordo com (Libâneo, 2008) deve ainda coordenar reuniões pedagógicas, promover a interdisciplinaridade, diagnosticar problemas de ensino e aprendizagem e adotar medidas pedagógicas preventivas.
Organizar as turmas de alunos, direcionar professores, responsável pelo horário escolar além de coordenar o conselho de classe.
Propor e coordenar atividades de formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores.
Elaborar e executar programas e atividades com pais e comunidades, especialmente de cunho científico e cultural e acompanha o processo de avaliação e aprendizagem.
O coordenador deve reconhecer os professores como sujeitos intelectualmente ativos.
A formação continuada, em torno do professor, se dá, de forma coletiva e em resolver problemas, a formação se faz na produção do saber. Por isso deve-se observar que a sala de aula é o palco da formação do professor em que a sala de aula deve ser o ponto de partida e o ponto de chegada das ações formativas. é a sala de aula a maior beneficiada dos esforços da formação sendo um espaço de aperfeiçoamento profissional, organizada e dinamizada por um projeto próprio, que orienta as ações  e fortalece o trabalho entre os professores, coordenadores e diretores os colaboradores das ações pertinentes aplicadas na escola.

1.3 Orientação Educacional

A partir do discurso de Garcia e Maia (1984), o serviço de orientação educacional surgiu em 1924, pelo engenheiro suíço Roberto Mange, servia como seleção e orientação profissional para alunos do curso de mecânica. Já em 1931, sete anos depois foi constituído por Lourenço Filho, principal fundador, surgindo assim o primeiro serviço de orientação educacional e profissional. Mas sua experiência não foi aceita de forma positiva, portanto teve seu fim em 1935.
Esta primeira tentativa surgiu devido aos modelos americanos e europeus. O trabalho nesta época era necessário, porque acreditavam que existiam alunos que estão lá sem perspectiva nenhuma de resultados positivos, então o serviço de orientação tinha a função de lançar testes e analisar atividades feitas por esses alunos para selecionar e encaminhar os alunos que obtivessem bom êxito, para uma escola com preparação para os cursos universitários ou outros trabalhos específicos.
Durante essa trajetória aconteceram muitas intervenções políticas em relação à educação, mas na constituição de 1937 as escolas públicas decretaram que só iriam começar a atuar na educação, se as escolas particulares não fossem agir. E sinalizaram que o papel agora da educação seria de preparação universitário e apoio para alunos menos favorecidos. Defendendo assim todas as classes sociais. Já em 1942 a lei orgânica do ensino industrial refere-se à orientação educacional, agora com a função de correção e encaminhamento de alunos considerados por eles problemas e elevação de qualidades morais, sendo assim um agente de mudança.
Atualmente orientação educacional trabalha de forma integrada com coordenação e administrador escolar. Trabalha também envolvendo principalmente os educandos, o corpo docente, a família e a comunidade movimentando - os para aspectos do conhecimento e buscando assim uma cultura escolar saudável e inovadora.
 A orientação educacional se consolida através de suas atuações que permeiam o cotidiano escolar, familiar, comunitário e equipe de docentes. Podemos atribuir ao orientador educacional um papel principal como profissional que pode auxiliar em diferentes aspectos. De acordo com suas atuações podemos perceber algumas que são consideradas como principais desempenhos, sendo eles: incentivar o aluno a pesquisa, ou seja, acompanhar a vida escolar do educando, ajudando – o no processo de aprendizagem, pois é a principal ferramenta de trabalho do orientador.
Tal como identificar e assessorar alunos que demonstram dificuldades de adaptação à escola, dificuldades no rendimento escolar ou outros problemas no ambiente escolar. Mas essas atividades sempre se realizam com o apoio e parceria da família, administrador escolar e professores.
O orientador também deve acompanhar o trabalho do corpo docente em desenvolver o relacionamento interpessoal com o aluno. De acordo com Sanches: “É nesse sentido que entendo serem os orientadores educacionais profissionais com possibilidade para facilitar o processo de relacionamento entre professor e aluno” (SANCHES, 1999, p.25).
O serviço de orientação educacional atua na educação física e mental pressupõe-se que o aluno precisa estar com o físico e mental ajustado para uma boa aprendizagem. Trabalha na área de orientação vocacional, pois é através da escola que o aluno adquire o primeiro contato com profissões nas quais tem certa curiosidade.
Orientação educacional torna-se peça chave no processo de ensino e aprendizagem, é essencial para a vida do discente, porquanto faz a ligação entre o aluno, professor e a sociedade.  Orientador educacional é singular.

2 Olhar Integrador

Com vistas ás atribuições citadas acerca dos instrumentos que compõem o corpo administrativo escolar, podemos definir a escola como uma organização sistêmica aberta, composta por um conjunto de pessoas com diferentes papéis que interagem e se influenciam mutuamente. Desta forma, o corpo administrativo composto pelo gestor, coordenador pedagógico e orientador educacional representam, em grau de importância, os principais articuladores da instituição escolar. Vale ressaltar que não são os únicos neste processo.
Lück (1981) também enfatiza a importância de se pensar a forma como as relações são estabelecidas e sua importância dentro do processo educativo, segundo a  autora, quando se pensa em algum setor da escola, deve-se pensar em suas relações com os demais setores, bem como com a comunidade. Partindo das considerações apresentadas, reafirma-se a importância da busca por uma educação que consiga agregar ao trabalho escolar ações conjuntas, visando atingir níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativas das aprendizagens, associando a isto, ações que assegurem um estreitamento das relações entre escola, família e sociedade que conseqüentemente serão transformados em valores.
Para que se alcance resultados como estes, faz-se necessário pautar-se em trabalhar o desenvolvimento cognitivo associado às práticas do cotidiano escolar por meio de projetos integrados que envolvam experiências, unidades, onde cada especialista educacional assume uma parte do todo.
Enfim, todas essas ações servirão como fases que reverterão na eficácia do processo educativo. Integrar estas funções torna-se essencial ao fato de que a instituição escolar tem sido alvo de constantes transformações e indagações quanto ao cumprimento de seu papel enquanto instituição de ensino.

3 Considerações Finais

A eficácia do processo educativo é o objetivo primordial de qualquer equipe gestora no desempenho de suas atribuições. Diante do tema analisado, pôde-se observar a importância de se pensar o ambiente escolar dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite da implementação de métodos integrados, a fim de que se alcancem os objetivos propostos pelos membros em questão.
Apesar de existirem funções específicas por parte dos membros da equipe gestora, observa-se que, quando as ações se integram, o resultado apresenta-se positivo em todos os aspectos, tanto relacional, quanto integrador, organizado e cognitivo no sentido de alcançar com eficiência e eficácia o processo educativo.

4 Referências

BRASIL. Decreto n° 72.846 de 26/09/1973. Profissão de Orientador Educacional.

GARCIA, R. L.; MAIA, E. M. Uma educação nova para uma nova escola. 7 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1984.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. rev. anpl. Goiânia: Livros MF, 2008.

LÜCK, H. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 13 ed. Petrópolis: Vozes Ltda, 1981.

SANCHES, M. A. Orientação educacional e o adolescente. São Paulo: Arte & Ciência, 1999.


Série Coordenação Pedagógica em Foco. Salto para o futuro. TV Escola, Ano XXII, Boletim 1, abril 2012. In. AMADO, C.; MONTEIRO, E. Coordenação pedagógica em foco. p. 4-7.

Nenhum comentário:

Postar um comentário