Como a Escola 3.0 pode renovar a educação
Escrito por Marcelo Freitas
“No atual modelo de ensino, o professor dá o método de estudar e os alunos o fazem. No modelo que proponho é o contrário: são eles quem criam o método”, diz Sugata Mitra, professor na Universidade de Newcastle e docente visitante do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. A interconectividade, propiciada pelas novas tecnologias, fez emergir um novo jeito de aprender, baseado na troca de experiências e conteúdos entre as pessoas. A investigação e a colaboração estão na pauta como motores de aprendizagem.

Entretanto, apesar das novas possibilidades no processo de ensino e aprendizagem, as escolas, os educadores e os gestores ainda encontram dificuldade em colocar em prática um novo jeito de “fazer acontecer”. A experiência tem mostrado que o gatilho do processo consiste em despertar o interesse do aluno pelo tema apresentado. Nas palavras de Mitra, será preciso provocar o desconhecido e permitir, definitivamente, a utilização da ferramenta de que eles mais entendem (e veneram): a tecnologia.
Na Educação 3.0, a escola é um local em que “alunos e professores produzem em conjunto, empregam ferramentas tecnológicas apropriadas para a tarefa e aprendem a ser curiosos e criativos”. Um exemplo é o Connecting Classrooms, programa global pioneiro do British Council. Trata-se de um excelente exemplo de como a educação do século XXI pode derrubar fronteiras por meio do uso das tecnologias digitais. O projeto visa formar cidadãos com uma visão mais global acerca da realidade de outros países e, assim, prepará-los para os desafios futuros. Para isso, conecta e estimula a troca de experiências e conhecimento entre estudantes dos ensinos fundamental e médio dos quatro cantos do planeta, por meio de um sistema de parceria entre as escolas.
Preparar os estudantes dessa nova geração para o mercado de trabalho é outra questão que irá exigir – e já está exigindo – nova postura dos educadores, que deve ser orientada para a sociedade do conhecimento. Uma boa forma para entender isso é olhar o atual processo seletivo de trainees de grandes empresas: podem concorrer às vagas estudantes dos mais variados cursos, e não somente aqueles diretamente relacionados à área de atuação da companhia. E isso vale tanto para empresas nascidas já na era da internet quanto para as cinquentenárias. Nesse sentido, o impacto desse novo modo de aprender é igualmente revolucionário para os próprios educadores.
A Educação 3.0 tem criado uma mobilização em todo o mundo e originado comunidades de educadores e gestores educacionais, oferecendo-lhes a oportunidade de trocar experiências e conteúdos de maneira sem precedentes. Nas palavras de Paulo Freire: “Ninguém ignora tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”.
Com essa integração digital, ganham espaço novas ferramentas, como as redes sociais “fechadas”. O conceito de rede social é o mesmo já conhecido, porém, nesse caso, o ambiente é voltado para o crescimento e o desenvolvimento colaborativo de seus integrantes, capaz de proporcionar a troca de informações, conteúdos e completa interatividade entre os diversos públicos da comunidade educativa ou empresarial.
O propósito é oferecer, de maneira simples e descomplicada, informação qualificada e inteligente para a tomada de decisões estratégicas, apoiada nos conceitos de conveniência, facilidade, relevância e pertinência. Por meio da interação propiciada pela ferramenta, estudante, gestor ou educador recebem e trocam, em ambiente seguro e restrito, as informações que contribuem para o processo de aprendizagem em suas escolas.
Nesse novo ambiente educacional, o professor não somente ensina, mas principalmente aprende. Ele deve estar pronto para lidar com alunos e famílias cada vez mais conectados e informados e que, muito mais do que mestres, querem encontrar mentores capazes de facilitar o processo de aprendizado dos alunos e que estejam aptos a direcioná-los à solução de problemas que enfrentarão na construção de uma sociedade melhor. Assim, é preciso aperfeiçoar o curso de Pedagogia e também capacitar professores, mas com foco em resultados. Fazer com que o aprendizado e os investimentos em capacitação se transformem, de fato, em resultado para os alunos. Vamos partilhar e aprender!
Fonte:http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/colunistas-ge/marcelo-freitas/1000-como-a-escola-3-0-pode-renovar-a-educacao
acesso em 04/11/2015
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