segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O gestor escolar como líder

O gestor escolar possui uma vasta gama de responsabilidades: manter as contas da instituição em dia, cuidar do bom relacionamento entre todos os colaboradores, garantir uma aprendizagem de alto nível para os alunos, manter uma conexão com os pais e responsáveis pelas crianças, entre outras. Mas um dos aspectos da gestão educacional de excelência que mais demanda empenho do diretor é a manutenção de uma equipe escolar de qualidade, motivada e focada no melhor desempenho possível, independentemente de sua esfera de atuação (pedagógica, administrativa, financeira, de segurança, de manutenção e limpeza etc.).
Para isso, é de grande importância que o gestor não se limite a ser um chefe, mas que se torne um líder na escola. “O chefe costuma ter uma postura muito autoritária, considera que o funcionário tem que fazer o serviço bem feito, pois há muitas outras pessoas querendo a vaga dele. Além disso, aponta erros e procura culpados. Os méritos são dele, não admite o erro, acha que já sabe tudo, prevalece a cultura do medo e o ditado: ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’”, explica Erik Penna, consultor, palestrante e especialista em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Para ele, “o líder consegue o respeito da equipe, conquistado junto a seus comandados por sua postura ética e seus bons exemplos. Ele se caracteriza por ser um motivador da equipe, com uma linha de atuação mais participativa”. Penna destaca que o gestor líder aprende e se aprimora com os erros, buscando sempre soluções e não culpados. Esse profissional divide responsabilidades e conquistas com toda a equipe, reconhecendo o desempenho de cada integrante.
Para Luiza Helena da Silva Christov, professora da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp) e doutora em Educação, enquanto o chefe muitas vezes só alcançou o cargo em que está porindicação, o líder é uma figura amplamente respeitada e que orienta seus colegas e colaboradores, gerando engajamento maior e mais eficiente por parte de sua equipe. “É uma pessoa que escuta e respeita o que dizem os liderados, identifica conflitos entre as pessoas do grupo e procura enfrentá-los, sem ignorar e sem acirrar os fatores de desentendimento. O líder motiva positivamente a equipe e valoriza a contribuição de cada um, delega autonomia para execução das tarefas e avalia e cobra os resultados esperados”, atesta Luiza. Para motivar a equipe, Penna relembra a opinião do psicólogo David McClelland, especialista no assunto: “A motivação é algo intrínseco, ou seja, de dentro para fora. Cabe ao líder criar um ambiente motivador para que o próprio colaborador se automotive. Fatores como desafios constantes, reconhecimento, elogios, possibilidades de crescimento profissional e um bom clima organizacional favorecem o crescimento dos números e resultados”, complementa.
Formação continuada
Uma equipe motivada resulta em trabalho de alto nível dentro da escola. Para melhorar cada vez mais esse trabalho, ambos os especialistas acreditam no papel do gestor líder como fator propulsor da formação continuada. Tanto Luiza quanto Penna afirmam que o gestor deve estar atento às possíveis dificuldades e aos defeitos dos profissionais que atuam na instituição, de modo que cabe a ele sugerir (e providenciar) uma capacitação extra. “Identifique as dificuldades das pessoas da equipe e programe, em conjunto com o que precisa, ações de superação. Programe também ações com agenda permanente para toda a equipe e ações eventuais para necessidades que surjam mais pontualmente”, diz a docente da Unesp.
O consultor Erik Penna também acredita na liderança por meio do exemplo – um gestor que vive em constante atualização influencia sua equipe a se atualizar também – e em capacitações divertidas e atraentes: “Palestras interativas, alegres e comportamentais têm sido tendência, pois elas são tão importantes como as formações puramente técnicas. Como já dizia o educador Paulo Freire, ‘a educação necessita tanto de formação técnica como de sonhos e utopia’”.
Dia a dia
A atuação no dia a dia do gestor também é essencial no engajamento da equipe escolar, tendo em vista um trabalho de alta qualidade. “[O gestor] deve ser atento ao que foi planejado, mas flexível o bastante para atuar diante do imponderável. É preciso organizar uma rotina que contemple a articulação entre burocracia e gestão do pedagógico, de forma que o burocrático não sufoque o objetivo essencial da escola, que é favorecer aproximação criativa ao conhecimento por parte de todos: de alunos, professores, gestores, funcionários e famílias”, explica Luiza.
Penna destaca a importância do lado mais humano do gestor. “Ele precisa ser um grande gestor de pessoas, que ensina, inspira e transforma pessoas e resultados. Atualmente, o gestor educacional de alta performance sabe que é preciso identificar as peculiaridades de cada comunidade escolar para saber propor soluções diferenciadas e específicas para cada região ou escola”, esclarece Penna.

Fonte:http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/especiais/equipe-de-valor/1139-o-gestor-escolar-como-lider
Publicado em 12 Maio 2015
Acessado em 21/09/2015

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