quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Não busque culpados, mas sim as causas para a indisciplina

Não busque culpados, mas sim as causas para a indisciplina

 | Direção - Maura Barbosa

Foto: Shutterstock
Quem é o responsável pela indisciplina do aluno em sala de aula: o diretor ou o professor?
Claudiana Rabelo, de Custódia, Pernambuco
Boa – e complexa – pergunta! Há muita coisa em jogo quando tratamos desse tema. Seria fácil resolvê-lo se entendêssemos que a indisciplina pode ser enfrentada com ações pontuais e imediatistas – como colocar o aluno de castigo, tirá-lo de dentro da classe ou dar a ele uma advertência. Mas esse não é o caso.
Enfrentar a indisciplina exige um conjunto de estratégias que devem ser discutidas, planejadas e colocadas em prática pelos gestores e pela equipe docente, levando em conta que o mais importante é lidar com a causa do conflito e não apenas atribuir culpa e impor punições. Sendo assim, uma das ações é justamente proporcionar a reflexão sobre as atitudes dos estudantes. Isso pode acontecer em espaços instituídos como as assembleias de classe, nas quais as crianças e os jovens tenham voz, sejam respeitados e aprendam a respeitar, negociar soluções justas e tomar decisões responsáveis.
Aliás, o trabalho com valores é um dos pilares de qualquer projeto para lidar com a indisciplina. Por meio dele, a garotada tem a oportunidade do exercício de práticas favoráveis à construção de princípios morais como a cooperação, a solidariedade, a justiça e a generosidade, que devem marcar as relações interpessoais. E isso só ocorre se todos forem corresponsáveis pela criação e manutenção de um clima escolar de qualidade.
Aspectos físicos e organizacionais também devem ser considerados. Um espaço organizado e limpo, que conte com materiais pedagógicos e mobiliário adequados às faixas etárias e às demandas, inclusive de aprendizagem, dos alunos é importante para que eles se sintam acolhidos e respeitados. Da mesma maneira, assegurar o cumprimento da carga horária, incentivar o uso de todos os ambientes – pátio, biblioteca, laboratório de informática etc. –, cuidar da relação com professores e funcionários são iniciativas que devem ser lideradas pela equipe gestora e que contribuem para um clima escolar de qualidade, um fator que impacta diretamente na redução dos conflitos.
É essencial também que, assim como os alunos, professores e funcionários tenham espaços para ouvirem e serem ouvidos, colocar em discussão o seu fazer e os resultados obtidos com base no seu planejamento, trocar experiências, analisar as possíveis causas da indisciplina e compartilhar as dificuldades e as soluções encontradas.
Por fim, diretor e coordenador, juntos, devem planejar uma formação continuada que dê subsídios para os docentes lidarem com a indisciplina e repensar sua prática. Isso inclui pensar coletivamente nos critérios de atribuição de aulas e na formação das turmas, antecipando as necessidades das turmas e as adequando à experiência e ao domínio de cada educador.

Fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/na-direcao-certa/2015/09/23/responsabilidade-pela-indisciplina-e-de-todos/
Acessado em 24/092015

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