quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Líder Democrático

Como um líder democrático deixa seu legado para a equipe – a experiência de 5 líderes
Liderazgo_Democrático
O que você inspira nos outros? Um líder transmite aprendizados sem impor sua opinião, e seus valores ficam muito claros em suas atitudes diárias. Nos novos e inovadores modelos de gestão, esse tipo de líder constrói consenso através da participação coletiva. Ele é o que chamamos de líder democrático, pois procura coordenar as pessoas de forma horizontal. Reunimos neste artigo opiniões sobre como o legado desse gestor é construído.
Este é um modelo bastante reproduzido em pequenas e médias empresas. No entanto, grandes companhias, principalmente da área de tecnologia, trazem uma cultura de agregar grandes equipes e manter uma proximidade entre colaboradores e gestores. É um ambiente em que a participação dos funcionários na tomada de decisão é valorizada, incentivada e recompensada. Segundo reportagem da revista HSM Management de nov/dez 2016, “Hoje a execução de estratégias depende de criar um ambiente em que as pessoas que executarão também participam das decisões tomadas na elaboração da estratégia”.
Por outro lado, a liderança democrática e participativa encontra desafios em situações de emergência, quando não há tempo suficiente para reunir todos, ou quando colegas de equipe não estão informados o suficiente para oferecer soluções estruturadas e válidas. Nesses momentos, o líder procura buscar em seus próprios líderes e em sua experiência a força para resolver problemas. Com equipes mais maduras, no entanto, é possível contar com a cooperação de todos em momentos decisórios.
Primeiramente, o que é um líder democrático?
Esse tipo de liderança propõe a troca de ideias entre subordinados e líder com o objetivo de melhorar a satisfação e moral dos colaboradores. O gestor deve assumir uma atitude de apoio, integrando-se ao grupo e sugerindo alternativas. Um bom líder democrático toma atitudes adequadas para ajudar quando necessário e incentiva os membros do grupo a participar, mas mantêm a palavra final sobre assuntos importantes.
Neste caso, eventualmente, o processo de decisão pode ser muito mais demorado. Outro ponto está relacionado à maturidade do time: uma equipe muito jovem e inexperiente tende a não desempenhar bem nas mãos de um líder democrático. Ele é mais recomendado quando há uma certa senioridade no time. O excesso dessa liberdade em uma equipe sem experiência tende a prejudicar os resultados.
O que um líder democrático precisa saber hoje sobre o amanhã
Em um sociedade moderna e autocentrada, a tecnologia está modificando a forma como as pessoas se comunicam e como as empresas se apresentam, o que exige que os líderes modifiquem sua abordagem para se manter relevantes.
Se até pouco tempo os gestores muitas vezes enviavam um e-mail e sequer obtinham resposta, hoje os aplicativos de conversação (Slack, Skype, WhatsApp, Hangouts, entre outros) permitem uma comunicação instantânea, constante e mais efetiva entre todos. O uso dessas ferramentas gera transparência e praticidade nas conversas (eliminando reuniões ou ruídos). Como na adoção de qualquer software, é preciso conhecer a necessidade da sua empresa e entender como você vai incentivar o uso dela.
Um líder democrático, portanto, tem por característica estar aberto às mudanças e não ter medo de um mercado dinâmico. Em artigo publicado no Inc., Matthew Jones, coach e terapeuta, listou algumas dicas cruciais que todos os líderes precisam saber agora e para o futuro. Confira um resumo com 12 pontos:
1. Praticar o não-apego, respondendo às novas tendências e tecnologias
Adapte-se ou será deixado para trás. O mercado não se importa com seus sentimentos. A tecnologia poderá trabalhar a favor do seu negócio.
2. Aceitar a responsabilidade quando as coisas dão errado
Sua capacidade de aceitar a responsabilidade mostra que ela não é uma sentença de morte – é algo que transparece suas qualidades.
3. Prestar mais atenção à diversidade cultural
Você precisa refletir a nova realidade da sociedade, agregando os mais diversos tipos de experiências e identidades dentro e fora de sua organização.
4. Conhecer os valores e os princípios da sua organização, ou tomar medidas para redefini-la
A integração das mídias sociais com identidades pessoais e profissionais significa que agora você é seu negócio. Coerência e autenticidade são os valores mais importantes para as gerações mais jovens.
5. Engajar-se em práticas de autodesenvolvimento para minimizar pontos cegos
Todos nós temos deficiências e áreas de nossas vidas que poderiam ser melhoradas se investirmos tempo e energia adequados. Se o seu negócio é um reflexo de si mesmo, é hora de começar a tomar o autodesenvolvimento a sério.
6. Criar um espaço para todos expressarem suas opiniões
As questões sociais não vão acabar. E é necessário que dentro da sua equipe elas não sejam ignoradas e que todos possam opinar, sem julgamentos. O silêncio cria falhas em sua equipe. 

7. Tolerar pontos de vista opostos e emoções desconfortáveis
Por mais difícil que possa ser, você precisa ser aquele que segura sentimentos desconfortáveis ao invés de torná-los piores. A capacidade de fazer as pessoas se sentirem ouvidas é o sinal de um líder eficaz.
8. Contratar quem acredita em sua visão, mesmo que ainda não tenham habilidades ou experiência
Você pode ensinar habilidades e fornecer valiosa experiência de aprendizagem, mas você não pode substituir motivação genuína, paixão e afinidade com os seus valores (e com os da empresa).
9. Avaliar constantemente como você pode melhorar
Se você já pede feedback, faça algo com ele. Se você ainda não pede, comece. Ouvir o que os funcionários têm a dizer sobre você é uma das grandes características do líder. 

10. Contratar equipes diversas e incentivar a colaboração
Empresas que abraçam a diversidade em vez de lutar com ela estão na vanguarda da inovação porque são capazes de adotar perspectivas únicas.

11. Investir em seu negócio, contratando consultores
Consultores podem fornecer insights e sugestões para melhorias. Empresas que olham para o futuro observam pesquisas e demandam ajuda de especialistas.
12. Equilibrar a visão do futuro com a apreciação do agora
Às vezes, passamos nossas vidas tão fixados no pico que não conseguimos reconhecer a beleza da escalada. Líderes precisam se desafiar a reconhecer onde estão – e o que realmente são capazes de fazer – sem deixar de olhar para o futuro.
A experiência de 5 líderes
Para entender como, em sua rotina, os líderes constroem seu legado e transmitem seu conhecimento para os colaboradores, conversamos com alguns CEOs e gerentes de empresas de diferentes segmentos para levantar alguns temas.
Brandon Dowdy-Ernst, da Agency Entourage, localizada no estado norte-americano do Texas, falou da importância do autodesenvolvimento, já que este é um estado de constante evolução. “Se você acredita que suas habilidades de liderança não podem ser mais aperfeiçoadas, então provavelmente você não tem as habilidades fundamentais para liderar”, diz.
Para ele, “liderar é provavelmente uma das coisas que mais exige humildade na vida”. E fazer os objetivos e valores serem conhecidos pelos seus empregados é imperativo à sua própria liderança.
Valores claros na rotina
Um dos aspectos mais importantes para os gestores é ser um representante dos valores da empresa. Quando não há uma afinidade de algum colaborador com a cultura, as habilidades pouco importam. Para Maria Fernanda Coutinho Rigotti, Coordenadora dos cursos de no Arquitetura e Engenharia Civil da Anhanguera Educacional, a motivação não é permanente: é como tomar banho, precisa ser bem dosada e ser diária, e o entusiasmo é o que engloba isso.
“Um bom colaborador precisa, antes de qualquer coisa, acreditar no seu próprio trabalho, e, como líder, procuro passar a mensagem de que o trabalho exercido tem um propósito, vale a pena ser feito e que ele é de suma importância a quem aquela determinada função vá atingir. No fim do dia, o tempo de trabalho é tempo de vida, então, torná-lo prazeroso tornará sua própria vida prazerosa”, diz.
Valor casado com objetivo
Os valores também podem combinar com o objetivo estratégico da empresa. Muitas startups, por exemplo, nasceram com foco no cliente e valorizando o relacionamento. Por isso, é imprescindível criar um vínculo com o cliente, fazendo um atendimento personalizado. E isso deve ser construído também pelos colaboradores.
“O que passo para a equipe é que ofereçam atenção ao cliente a tudo o que ele precisar. Sempre peço para se colocarem no lugar do outro e refletirem diante de uma ação difícil”, diz Gustavo Mota, CEO da We do Logos.

Transparência para engajar
Uma das melhores formas para manter os funcionários interessados nos resultados é torná-los parte do negócio. Para isso, muitas empresas precisam redesenhar a estrutura organizacional e a forma como trabalham para atender às exigências do clima de trabalho e dos negócios de hoje.
A We do Logos, por exemplo, promove uma conversa informal a cada 15 dias entre o CEO e os colaboradores. A cada trimestre, o líder também se reúne individualmente com cada colaborador “assina” um compromisso do que precisa melhorar na área de empresa, no trabalho e também no âmbito pessoal. Depois, no dia da avaliação, ambas as partes dão notas para discutir os resultados obtidos.
Já a startup de recrutamento CloserIQ, de Nova York, acredita que o feedback deve se específio e oferecido em tempo real (tanto positivo quanto construtivo). Segundo Jordan Wan, CEO da empresa, uma das práticas mais eficientes são reuniões-almoço mensais com líderes da indústria e especialistas. “Convidamos um palestrante que possa trazer experiências interessantes e insights para nossos colaboradores. Pode ser um fundador de startup, um investidor, um cliente ou alguém que é especialista em nossa indústria”, conta.
A Badger Maps, de São Francisco, tem uma prática semanal de “microfone aberto”, na qual todos falam sobre o que está acontecendo e o CEO, Steve Benson, comunica qualquer nova ideia estratégica. “Nós também compartilhamos uma apresentação na nuvem em que todos podem editar. Quando alguém se depara com uma pergunta, ou descobre como fazer algo, pode criar um slide sobre o tópico e, em seguida, qualquer pessoa pode se beneficiar dessa resposta”, conta Benson.
Outro ponto levantado por Maria Fernanda, da Anhanguera, é sobre conseguir passar informações e ideias de forma efetiva: “A comunicação é sempre uma dificuldade para quem lidera, aliás, é a maior dificuldade. Clarificar valores sempre fica mais fácil quando é passado pelas atitudes no dia a dia. Deixar claros os valores somente com palavras nunca será suficiente”, acredita.
Leituras para fixar a cultura do líder
A CloserIQ criou uma biblioteca interna e oferece reembolso pela compra de novas obras. Os favoritos, que são recomendados na entrada de novos colaboradores, são Give & Take (Dar e receber, no Brasil), de Adam Grant, e Delivering Happiness (Satisfação Garantida, no Brasil) por Tony Hsieh, que fala sobre a “experiência wow”.
“Ao tomar emprestados estudos de caso da indústria, acreditamos que eles podem ser uma maneira poderosa de provar nossos valores culturais internos”, aponta Jordan Wan.
Gustavo Mota, da We do Logos, indica Jack Definitivo: Segredos do Executivo do Século, uma autobiografia de Jack Welch, que foi Chairman da GE por quase 20 anos. “Nesse livro, ele relembra sua trajetória na companhia e fala sobre a importância do trabalho em equipe, tão essencial para seu sucesso profissional”.

A coordenadora da Anhanguera Maria Fernanda indica Winning (Paixão por Vencer, no Brasil), de também de Jack Welch, e diz ser um dos melhores livros sobre o assunto. E sugere também O Gerente Minuto, de Kenneth Blanchard, “um livro simples, porém, a liderança é baseada na simplicidade de atitude”.

Fonte: https://blog.runrun.it/lider-democratico-legado/?utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-rdstation-14-12
Acesso: 15/12/2016

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