Como sair da zona de conforto – e tirar seus colaboradores de lá
imediatamente
Você
sente que suas tarefas estão automatizadas e muitas vezes não questiona o que
está executando? Tem receio de dar um passo à frente, mesmo que isso signifique
evolução na carreira? Essas são características de quem está na zona de
conforto, um
estado em que o profissional prefere se preservar, mantendo sua ansiedade em um
nível tolerável e sua performance em um padrão estável – mas não ótimo.
Como
consequência, é comum enxergarmos profissionais obcecados com a ideia de
economizar o máximo de energia. No entanto, quem tem entusiasmo e trabalha
duro, também tem vantagem. Neste artigo, o boxeador e escritor
norte-americano Ed Latimore descreve sua tese de que o trabalho duro supera o talento
(1% de inspiração, 99% de transpiração), e que a habilidade necessária para
qualquer profissional é a vontade de trabalhar mais do que ninguém. “Há sempre
uma alta demanda por pessoas dispostas a fazer o que os outro não querem”,
aponta. É esse tipo de predisposição que mantém as pessoas constantemente fora
de sua zona de conforto.
A
comodidade é bastante comum e quase inevitável em algum (ou vários) momento da
vida. Para sair desse ambiente aparentemente agradável – ou tirar algum
funcionário de lá – é preciso enfrentar medos e redescobrir objetivos.
Sociólogo, consultor de liderança e escritor, Odino Marcondes critica nesta
entrevista sobre cultura empresarial que a maioria das empresas não tem uma visão
inspiradora, o que resulta em ambientes burocráticos nos quais os profissionais
fazem o mínimo e pronto. Para mudar esse cenário, em que as pessoas não se
sentem parte de algo maior, a empresa também precisa criar o compromisso de
sair ela própria da sua zona de conforto. Uma reformulação dos mantras da
empresa é o primeiro passo para tirar todos da mesmice.
Nem bom, nem ruim
Em 1908,
os psicólogos Robert M. Yerkes e John D. Dodson definiram
a zona de conforto como
um estado de conforto relativo em que se mantém um nível constante de
desempenho. Para mudar de patamar, precisamos de um estado de relativa
ansiedade – um espaço onde nossos níveis de estresse são ligeiramente acima do
normal.
Por outro
lado, também é importante observar que não podemos forçar a saída desta zona,
pois é nossa tendência natural retornar a uma ansiedade neutra. Portanto, a
ideia de um ambiente de conformidade não é uma coisa boa, nem uma coisa ruim.
Deixá-lo significa maior risco e ansiedade, que pode ter resultados positivos e
negativos. E, sem riscos, não há ganhos maiores. Todos nós precisamos desse
espaço mental onde estamos menos ansiosos e estressados para podermos processar
os benefícios de quando o deixamos.
Lembre-se
de que a zona de conforto é diferente para cada pessoa. Pense na metáfora:
enquanto que para alguns a meditação é uma forma de sair da zona de conforto,
para outros significa saltar de uma ponte em bungee
jumping. O
objetivo não é se tornar um viciado em adrenalina, mas aprender o que cada
pessoa é realmente capaz de fazer ao escapar desse cenário. Depois voltar a um
estado confortável apenas para relaxar. E quando você começar a gostar
novamente da tranquilidade, poderá lembrar dos momentos inspiradores,
criativos, produtivos e desconfortáveis de fora de sua zona de conforto.
Isso
bastaria se você não tivesse maiores ambições: muitos momentos de relax e
poucos momentos de tensão. Mas se você quer mais, só poderá chegar aonde sonha
se definitivamente comprar uma passagem para longe do conforto. E agora, lá
longe e perto da realização total, esta será a sua nova zona de conforto. A
questão, escreve Derek Sivers, empresário, programador e músico, neste
divertido artigo, é
repassar constantemente por estas perguntas: O que te assusta agora? O que é
intimidador? Onde você quer estar? Elas podem ser um guia para seu próximo
passo. Coisas que costumavam te intimidar, em seguida, serão confortáveis como
sua casa.
Comece com pequenos passos e depois
mergulhe
“Sair da
sua zona de conforto é dar a si mesmo a oportunidade de crescer, aprender e
expandir seu repertório profissional”, diz Andy Molinsky,
professor de Gestão Internacional e Comportamento Organizacional na Brandeis
International Business School neste artigo para a Havard
Business Review.
Para
exemplificar, ele utiliza uma situação bastante comum: você quer expandir sua
rede, mas não gosta de conversar com estranhos, nem de falar em público. Em
geral, pessoas com esse tipo de dificuldade preferem evitar qualquer chance de
exposição. Mas o problema é que essas tarefas são necessárias na maioria das
profissões. À medida que crescemos e aprendemos em nossos trabalhos e em nossas
carreiras, somos constantemente confrontados com situações em que precisamos
adaptar nosso comportamento. “Sem a habilidade e coragem de dar o salto,
podemos perder oportunidades importantes para o avanço”, explica.
Para
conseguir se desvencilhar de situações que não permitem esse crescimento,
Molinsky sugere que, em primeiro lugar, é preciso ser honesto consigo mesmo e
pensar nas desculpas usadas para permanecer na zona de conforto. Faça um
inventário dessas justificativas e questione se elas são verdadeiramente
legítimas. Depois, reconheça as oportunidades e tire proveito. Mas como? Ele
indica um caminho que pode ser resumido em três passos:
1º passo: vá pela
beirada
Sempre
existe uma margem de manobra para tornar essas tarefas que temos receio de
realizar mais tranquilas de serem executadas. Se você odeia falar em público ou
em eventos, mas sente-se um pouco mais confortável em grupos pequenos, procure
oportunidades de falar para grupos menores. Em vez de saltar diretamente para
um grande evento ou para uma sala de reuniões com executivos seniores, comece
falando em reuniões menores para entender quais são seus medos. Outra dica é
procurar um amigo ou colega disposto a oferecer conselhos e encorajamento antes
de uma situação desafiadora.
2º passo: não tenha
medo de errar
Uma das
melhores maneiras de aprender é errando. Nem sempre entendemos que os erros são
parte inevitável – e de fato essencial – do processo de aprendizagem. No final,
mesmo que possamos nos sentir impotentes em situações fora da nossa zona de
conforto, temos mais poder do que pensamos.
3º passo: mergulhe
Por fim,
se você quer sair da sua zona de conforto, tem que tomar uma atitude mesmo que
seja desconfortável. Procure por esses pequenos mecanismos para forçá-lo a
mergulhar. No fim, descobrimos que não é tão ruim assim.
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Dicas para tirar seus colaboradores da zona de conforto
Quando
for necessário, você poderá ajudar outras pessoas a pularem fora da zona de
conforto, respeitando as diferenças de cada um. Após os três passos para o seu
mergulho, confira as dicas para desafiar gradualmente colaboradores ou colegas
a saírem da zona de conforto:
1.
Diversidade na contratação
Uma forma
de manter os funcionários engajados e inquietos é se propor a montar equipes
diversificadas. Ao invés de dialogar com um mesmo perfil, com repertórios
semelhantes, é importante que as pessoas confrontem ideias, tenham origens e
referências variadas. Consequentemente, os colaboradores se desafiam a sair da
zona de conforto ao conhecerem novas perspectivas. É claro que você pode manter
seus valores, e seus funcionários precisam ser incentivados a discordarem de
forma saudável e construtiva. A diversidade de opiniões também é importante:
seja de colaboradores jovens e experientes, de clientes insatisfeitos ou fãs de
seu produto… tudo isso pode trazer soluções surpreendentes.
“Saia da
zona de conforto, porque é dizer sim que nos mantém jovens.”
Eric Schmidt, presidente da Alphabet
2.
Gerenciar o tempo
A
desculpa do tempo é muito utilizada para autossabotar o crescimento
profissional e se manter na zona de conforto. É papel do líder entusiasmar-se
com inovações e empenhar-se em ser produtivo para dar conta de tudo – do básico
e das novidades. Para isso, todos precisam gerenciar seu tempo para tornar a
vida, profissional ou não, mais produtiva. Quando se diz que certa pessoa faz
uma ótima administração do tempo no trabalho, trata-se, na realidade, de alguém
que administra bem seus níveis de energia. Sem dúvidas, essa organização
permitirá uma nova perspectiva da relação com o trabalho.
3.
Buscar novos conhecimentos
Informar-se
exclusivamente sobre o seu mercado de atuação não vai te tirar da sua zona de
conforto. Mas isso também não significa que você não precise buscar
aperfeiçoamento profissional. É necessário fazer pequenos sacrifícios diários,
até atingir uma “segunda zona de conforto”. Basicamente, em vez de tentar se
convencer do que você já acredita, busque a diversidade de pensamento. Neste
ponto, também é importante incentivar que os colaboradores aprendam sobre os
mais diversos assuntos, e você pode encorajar isso investindo em cursos ou
reservando um período do dia para que todos estudem algum tópico.
4.
Abertura às mudanças
A
preguiça pode manter uma pessoa por anos em um mesmo lugar. Quer mais
criatividade, agilidade ou proatividade do trabalho em equipe? Nada disso
acontecerá enquanto você impuser a mesma rotina aos seus colaboradores.
Lembre-se: o medo de mudar só dura até que a segunda zona de conforto seja
conquistada. Mas antes de exigir essa abertura das pessoas que trabalham
contigo, é preciso incutir esse espírito de metamorfose na cultura da empresa.
5.
Todos têm limitações
Ainda que
os colaboradores tenham abertura para desenvolver novas habilidades e transitar
em diversas áreas, é preciso entender as limitações de cada um, seja
intelectual ou emocional. Ao perceber um funcionário que está estagnado em sua
zona de conforto, mas que tem determinada limitação, é possível colocá-lo em
contato com alguém que possa ajudá-lo ou saber como gerenciar suas demandas
para que ele não fique imediatamente frustrado ao forçar uma saída de sua zona
de conforto.
6.
Inverter características
Cada
pessoa tem um tempo para tomar decisões. Alguns são rápidos, outros mais
demorados. Neste ponto, é importante que cada profissional se proponha a fazer
o contrário do que está acostumado. A desaceleração pode ser importante para
quem costuma ser impulsivo, tomando mais tempo para interpretações e inserindo
mais etapas antes de decidir algo. Por outro lado, é possível exigir de algum
profissional mais moroso que tome decisões rápidas por um período. Assim como
há pessoas que prosperam em decisões instantâneas, outras são ficam mais
confortáveis pesando todas as opções possíveis várias vezes. Eventualmente, é
interessante desordenar essas características dentro da equipe para que as
pessoas saiam, mesmo que momentaneamente, de sua zona de conforto.
7.
Coragem para recomeçar e inovar
Para sair
da zona de conforto, também é necessário deixar o ego de lado e tornar-se um
iniciante, de novo. É preciso ter disposição para ver as coisas sob uma nova
perspectiva e, por isso, é tão importante ter uma mente aberta para discutir
todos os assuntos possíveis.
Escute o que todos têm a dizer e incentive isso entre os colegas. Seja ao vivo
ou por meio do seu organizador de tarefas, você deve deixar que cada
um tenha sua vez de falar e opinar.
8.
Ofereça desafios periódicos
Uma forma
eficiente de propor a saída desse ambiente confortável é oferecer novos
processos de trabalho. Regularmente, sugira que as pessoas conheçam o trabalho
de outra equipe. Um profissional de desenvolvimento pode passar o dia com um
colega de vendas para que ambos pensem juntos em novas propostas para o
produto, por exemplo. Além de criar um mecanismo de integração, você propõe
novas perspectivas para seus funcionários sem sair de “casa”. Qualquer ideia
nesse sentido deve acontecer de forma organizada para não atropelar as
prioridades do seu negócio.
Fonte:https://blog.runrun.it/zona-de-conforto-como-sair/?utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-rdstation-07-12
acessado em 07/12/2016
Eric Schmidt, presidente da Alphabet
Escute o que todos têm a dizer e incentive isso entre os colegas. Seja ao vivo ou por meio do seu organizador de tarefas, você deve deixar que cada um tenha sua vez de falar e opinar.
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