quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Como sair da zona de conforto?

Como sair da zona de conforto – e tirar seus colaboradores de lá imediatamente

Você sente que suas tarefas estão automatizadas e muitas vezes não questiona o que está executando? Tem receio de dar um passo à frente, mesmo que isso signifique evolução na carreira? Essas são características de quem está na zona de conforto, um estado em que o profissional prefere se preservar, mantendo sua ansiedade em um nível tolerável e sua performance em um padrão estável – mas não ótimo.
Como consequência, é comum enxergarmos profissionais obcecados com a ideia de economizar o máximo de energia. No entanto, quem tem entusiasmo e trabalha duro, também tem vantagem. Neste artigo, o boxeador e escritor norte-americano Ed Latimore descreve sua tese de que o trabalho duro supera o talento (1% de inspiração, 99% de transpiração), e que a habilidade necessária para qualquer profissional é a vontade de trabalhar mais do que ninguém. “Há sempre uma alta demanda por pessoas dispostas a fazer o que os outro não querem”, aponta. É esse tipo de predisposição que mantém as pessoas constantemente fora de sua zona de conforto.
A comodidade é bastante comum e quase inevitável em algum (ou vários) momento da vida. Para sair desse ambiente aparentemente agradável – ou tirar algum funcionário de lá – é preciso enfrentar medos e redescobrir objetivos. Sociólogo, consultor de liderança e escritor, Odino Marcondes critica nesta entrevista sobre cultura empresarial que a maioria das empresas não tem uma visão inspiradora, o que resulta em ambientes burocráticos nos quais os profissionais fazem o mínimo e pronto. Para mudar esse cenário, em que as pessoas não se sentem parte de algo maior, a empresa também precisa criar o compromisso de sair ela própria da sua zona de conforto. Uma reformulação dos mantras da empresa é o primeiro passo para tirar todos da mesmice.

Nem bom, nem ruim
Em 1908, os psicólogos Robert M. Yerkes e John D. Dodson definiram a zona de conforto como um estado de conforto relativo em que se mantém um nível constante de desempenho. Para mudar de patamar, precisamos de um estado de relativa ansiedade – um espaço onde nossos níveis de estresse são ligeiramente acima do normal.
Por outro lado, também é importante observar que não podemos forçar a saída desta zona, pois é nossa tendência natural retornar a uma ansiedade neutra. Portanto, a ideia de um ambiente de conformidade não é uma coisa boa, nem uma coisa ruim. Deixá-lo significa maior risco e ansiedade, que pode ter resultados positivos e negativos. E, sem riscos, não há ganhos maiores. Todos nós precisamos desse espaço mental onde estamos menos ansiosos e estressados para podermos processar os benefícios de quando o deixamos.
Lembre-se de que a zona de conforto é diferente para cada pessoa. Pense na metáfora: enquanto que para alguns a meditação é uma forma de sair da zona de conforto, para outros significa saltar de uma ponte em bungee jumping. O objetivo não é se tornar um viciado em adrenalina, mas aprender o que cada pessoa é realmente capaz de fazer ao escapar desse cenário. Depois voltar a um estado confortável apenas para relaxar. E quando você começar a gostar novamente da tranquilidade, poderá lembrar dos momentos inspiradores, criativos, produtivos e desconfortáveis de fora de sua zona de conforto.
Isso bastaria se você não tivesse maiores ambições: muitos momentos de relax e poucos momentos de tensão. Mas se você quer mais, só poderá chegar aonde sonha se definitivamente comprar uma passagem para longe do conforto. E agora, lá longe e perto da realização total, esta será a sua nova zona de conforto. A questão, escreve Derek Sivers, empresário, programador e músico, neste divertido artigo, é repassar constantemente por estas perguntas: O que te assusta agora? O que é intimidador? Onde você quer estar? Elas podem ser um guia para seu próximo passo. Coisas que costumavam te intimidar, em seguida, serão confortáveis como sua casa.

Comece com pequenos passos e depois mergulhe
“Sair da sua zona de conforto é dar a si mesmo a oportunidade de crescer, aprender e expandir seu repertório profissional”, diz Andy Molinsky, professor de Gestão Internacional e Comportamento Organizacional na Brandeis International Business School neste artigo para a Havard Business Review.
Para exemplificar, ele utiliza uma situação bastante comum: você quer expandir sua rede, mas não gosta de conversar com estranhos, nem de falar em público. Em geral, pessoas com esse tipo de dificuldade preferem evitar qualquer chance de exposição. Mas o problema é que essas tarefas são necessárias na maioria das profissões. À medida que crescemos e aprendemos em nossos trabalhos e em nossas carreiras, somos constantemente confrontados com situações em que precisamos adaptar nosso comportamento. “Sem a habilidade e coragem de dar o salto, podemos perder oportunidades importantes para o avanço”, explica.
Para conseguir se desvencilhar de situações que não permitem esse crescimento, Molinsky sugere que, em primeiro lugar, é preciso ser honesto consigo mesmo e pensar nas desculpas usadas para permanecer na zona de conforto. Faça um inventário dessas justificativas e questione se elas são verdadeiramente legítimas. Depois, reconheça as oportunidades e tire proveito. Mas como? Ele indica um caminho que pode ser resumido em três passos:
1º passo: vá pela beirada
Sempre existe uma margem de manobra para tornar essas tarefas que temos receio de realizar mais tranquilas de serem executadas. Se você odeia falar em público ou em eventos, mas sente-se um pouco mais confortável em grupos pequenos, procure oportunidades de falar para grupos menores. Em vez de saltar diretamente para um grande evento ou para uma sala de reuniões com executivos seniores, comece falando em reuniões menores para entender quais são seus medos. Outra dica é procurar um amigo ou colega disposto a oferecer conselhos e encorajamento antes de uma situação desafiadora.
2º passo: não tenha medo de errar
Uma das melhores maneiras de aprender é errando. Nem sempre entendemos que os erros são parte inevitável – e de fato essencial – do processo de aprendizagem. No final, mesmo que possamos nos sentir impotentes em situações fora da nossa zona de conforto, temos mais poder do que pensamos.
3º passo: mergulhe
Por fim, se você quer sair da sua zona de conforto, tem que tomar uma atitude mesmo que seja desconfortável. Procure por esses pequenos mecanismos para forçá-lo a mergulhar. No fim, descobrimos que não é tão ruim assim.

8 Dicas para tirar seus colaboradores da zona de conforto
Quando for necessário, você poderá ajudar outras pessoas a pularem fora da zona de conforto, respeitando as diferenças de cada um. Após os três passos para o seu mergulho, confira as dicas para desafiar gradualmente colaboradores ou colegas a saírem da zona de conforto:

1. Diversidade na contratação
Uma forma de manter os funcionários engajados e inquietos é se propor a montar equipes diversificadas. Ao invés de dialogar com um mesmo perfil, com repertórios semelhantes, é importante que as pessoas confrontem ideias, tenham origens e referências variadas. Consequentemente, os colaboradores se desafiam a sair da zona de conforto ao conhecerem novas perspectivas. É claro que você pode manter seus valores, e seus funcionários precisam ser incentivados a discordarem de forma saudável e construtiva. A diversidade de opiniões também é importante: seja de colaboradores jovens e experientes, de clientes insatisfeitos ou fãs de seu produto… tudo isso pode trazer soluções surpreendentes.
“Saia da zona de conforto, porque é dizer sim que nos mantém jovens.”
Eric Schmidt, presidente da Alphabet
2. Gerenciar o tempo
A desculpa do tempo é muito utilizada para autossabotar o crescimento profissional e se manter na zona de conforto. É papel do líder entusiasmar-se com inovações e empenhar-se em ser produtivo para dar conta de tudo – do básico e das novidades. Para isso, todos precisam gerenciar seu tempo para tornar a vida, profissional ou não, mais produtiva. Quando se diz que certa pessoa faz uma ótima administração do tempo no trabalho, trata-se, na realidade, de alguém que administra bem seus níveis de energia. Sem dúvidas, essa organização permitirá uma nova perspectiva da relação com o trabalho.
3. Buscar novos conhecimentos
Informar-se exclusivamente sobre o seu mercado de atuação não vai te tirar da sua zona de conforto. Mas isso também não significa que você não precise buscar aperfeiçoamento profissional. É necessário fazer pequenos sacrifícios diários, até atingir uma “segunda zona de conforto”. Basicamente, em vez de tentar se convencer do que você já acredita, busque a diversidade de pensamento. Neste ponto, também é importante incentivar que os colaboradores aprendam sobre os mais diversos assuntos, e você pode encorajar isso investindo em cursos ou reservando um período do dia para que todos estudem algum tópico.
4. Abertura às mudanças
A preguiça pode manter uma pessoa por anos em um mesmo lugar. Quer mais criatividade, agilidade ou proatividade do trabalho em equipe? Nada disso acontecerá enquanto você impuser a mesma rotina aos seus colaboradores. Lembre-se: o medo de mudar só dura até que a segunda zona de conforto seja conquistada. Mas antes de exigir essa abertura das pessoas que trabalham contigo, é preciso incutir esse espírito de metamorfose na cultura da empresa.
5. Todos têm limitações
Ainda que os colaboradores tenham abertura para desenvolver novas habilidades e transitar em diversas áreas, é preciso entender as limitações de cada um, seja intelectual ou emocional. Ao perceber um funcionário que está estagnado em sua zona de conforto, mas que tem determinada limitação, é possível colocá-lo em contato com alguém que possa ajudá-lo ou saber como gerenciar suas demandas para que ele não fique imediatamente frustrado ao forçar uma saída de sua zona de conforto.
6. Inverter características
Cada pessoa tem um tempo para tomar decisões. Alguns são rápidos, outros mais demorados. Neste ponto, é importante que cada profissional se proponha a fazer o contrário do que está acostumado. A desaceleração pode ser importante para quem costuma ser impulsivo, tomando mais tempo para interpretações e inserindo mais etapas antes de decidir algo. Por outro lado, é possível exigir de algum profissional mais moroso que tome decisões rápidas por um período. Assim como há pessoas que prosperam em decisões instantâneas, outras são ficam mais confortáveis pesando todas as opções possíveis várias vezes. Eventualmente, é interessante desordenar essas características dentro da equipe para que as pessoas saiam, mesmo que momentaneamente, de sua zona de conforto.
7. Coragem para recomeçar e inovar
Para sair da zona de conforto, também é necessário deixar o ego de lado e tornar-se um iniciante, de novo. É preciso ter disposição para ver as coisas sob uma nova perspectiva e, por isso, é tão importante ter uma mente aberta para discutir todos os assuntos possíveis.
Escute o que todos têm a dizer e incentive isso entre os colegas. Seja ao vivo ou por meio do seu
 organizador de tarefas, você deve deixar que cada um tenha sua vez de falar e opinar.
8. Ofereça desafios periódicos
Uma forma eficiente de propor a saída desse ambiente confortável é oferecer novos processos de trabalho. Regularmente, sugira que as pessoas conheçam o trabalho de outra equipe. Um profissional de desenvolvimento pode passar o dia com um colega de vendas para que ambos pensem juntos em novas propostas para o produto, por exemplo. Além de criar um mecanismo de integração, você propõe novas perspectivas para seus funcionários sem sair de “casa”. Qualquer ideia nesse sentido deve acontecer de forma organizada para não atropelar as prioridades do seu negócio.

Fonte:https://blog.runrun.it/zona-de-conforto-como-sair/?utm_source=news&utm_medium=email&utm_campaign=blog-rdstation-07-12

acessado em 07/12/2016

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