A gestão escolar, a coordenação pedagógica, e a orientação
educacional se constituem em três áreas fundamentais no processo educacional.
Todos os aspectos relacionados a vida escolar, dependem da atuação das pessoas
que ocupam esses funções.
Este documento tem por objetivo examinar aspectos
relacionados à atuação do Gestor escolar, do Coordenador Pedagógico, e
orientador educacional, destacando suas funções em meio a um mundo
contemporâneo de constantes transformações, e a integração dessas funções nas
ações educativas.
1 Atribuições
1.1 Gestor Escolar
O Gestor escolar é o principal responsável pela escola, ele
tem a função de fazer com que as atividades sejam realizadas eficiente e
eficazmente com e através de outras pessoas. Durante muito tempo esta função
foi alvo de criticas, em um primeiro momento, pela busca de definição em torno
de sua atribuição como administrador, e posteriormente, buscou-se a redefinição
de práticas excessivamente burocráticas, conservadoras, autoritárias e
centralizadoras.
Diante das transformações ocorridas, sabemos que muitos
gestores escolares já estão trabalhando embasados em práticas de gestão e
liderança participativa, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias
mudanças na educação. Assim, as ações do gestor escolar devem estar pautadas na
gestão e administração com conotação pedagógica uma vez que se trata de uma
gestão em função do campo educativo.
De acordo com José Carlos Libâneo, em seu livro Organização e
gestão da escola, as atribuições competentes ao gestor escolar visam dirigir e
coordenar o andamento dos trabalhos, a eficácia na utilização dos recursos,
assegurar o processo participativo de tomada de decisões, assegurar a execução
coordenada das atividades e setores da escola além de articular as relações
interpessoais entre escola e comunidade.
Ainda acerca das competências envolvendo a gestão escolar,
vale ressaltar que todas as ações citadas devem estar embasadas dentro de
critérios que envolvam autoridade, responsabilidade, disciplina e iniciativa.
Esses quatro critérios mencionados nortearão as ações no que tange
supervisionar e responder por todas as atividades administrativas e
pedagógicas, bem como as relações com os pais e a comunidade. O gestor deve
assegurar condições e meios de manutenção de um ambiente de trabalho favorável e
de condições materiais necessárias a consecução dos objetivos da escola,
incluindo a responsabilidade pelo patrimônio e sua adequada utilização.
Enfim, o gestor deve buscar os meios e condições que
favoreçam a atividade profissional de todos os funcionários, visando à boa
qualidade do ensino, para isto, deve assegurar o cumprimento da legislação
educacional em consonância com o regimento escolar garantindo a aplicação das
diretrizes de funcionamento da instituição e das normas disciplinares.
1.2 Coordenador Pedagógico
Articulador. Eis um “sinônimo”
para o coordenador pedagógico. Articular de forma eficiente e eficaz os
diversos segmentos da escola de forma a colocar em prática o Projeto Político
Pedagógico.
Podemos dizer que a primeira
atribuição da coordenação é a assistência pedagógico-didática aos professores,
de forma a alcançar a proposta de qualidade de ensino. Trabalhar junto ao
professor de forma a direcioná-lo na situação mais propícia a aprendizagem do
aluno.
A principal função da
coordenação, entre outras já citadas, seria a formação de professores. Isso não
anula as outras atribuições, mas se faz necessário diante de sua função de
articulador e formador.
Dentre a gama de atribuições de
uma coordenação pedagógica podemos citar algumas dessas como:
Responsável pelas atividades
pedagógico-didáticas e curriculares da escola, priorizando a qualidade do
cognitivo do processo ensino e aprendizagem.
Supervisionar e elaborar
diagnósticos, projeto pedagógico-curricular da escola, junto ao corpo docente,
e outros planos e projetos.
Orientar a organização curricular
e o desenvolvimento do currículo, além da assistência direta aos professores na
elaboração dos planos de ensino, escolha de livros didáticos, práticas de
avaliação da aprendizagem, adequação de conteúdo, desenvolvimento de
competências metodológicas, práticas avaliativas.
De modo geral, de acordo com
(Libâneo, 2008) deve ainda coordenar reuniões pedagógicas, promover a
interdisciplinaridade, diagnosticar problemas de ensino e aprendizagem e adotar
medidas pedagógicas preventivas.
Organizar as turmas de alunos,
direcionar professores, responsável pelo horário escolar além de coordenar o
conselho de classe.
Propor e coordenar atividades de
formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores.
Elaborar e executar programas e
atividades com pais e comunidades, especialmente de cunho científico e cultural
e acompanha o processo de avaliação e aprendizagem.
O coordenador deve reconhecer os
professores como sujeitos intelectualmente ativos.
A formação continuada, em torno
do professor, se dá, de forma coletiva e em resolver problemas, a formação se
faz na produção do saber. Por isso deve-se observar que a sala de aula é o
palco da formação do professor em que a sala de aula deve ser o ponto de
partida e o ponto de chegada das ações formativas. é a sala de aula a maior
beneficiada dos esforços da formação sendo um espaço de aperfeiçoamento
profissional, organizada e dinamizada por um projeto próprio, que orienta as
ações e fortalece o trabalho entre os
professores, coordenadores e diretores os colaboradores das ações pertinentes
aplicadas na escola.
1.3 Orientação Educacional
A partir do discurso de Garcia e Maia (1984), o serviço de
orientação educacional surgiu em 1924, pelo engenheiro suíço Roberto Mange,
servia como seleção e orientação profissional para alunos do curso de mecânica.
Já em 1931, sete anos depois foi constituído por Lourenço Filho, principal
fundador, surgindo assim o primeiro serviço de orientação educacional e
profissional. Mas sua experiência não foi aceita de forma positiva, portanto
teve seu fim em 1935.
Esta primeira tentativa surgiu devido aos modelos americanos
e europeus. O trabalho nesta época era necessário, porque acreditavam que
existiam alunos que estão lá sem perspectiva nenhuma de resultados positivos,
então o serviço de orientação tinha a função de lançar testes e analisar
atividades feitas por esses alunos para selecionar e encaminhar os alunos que
obtivessem bom êxito, para uma escola com preparação para os cursos
universitários ou outros trabalhos específicos.
Durante essa trajetória aconteceram muitas intervenções
políticas em relação à educação, mas na constituição de 1937 as escolas
públicas decretaram que só iriam começar a atuar na educação, se as escolas
particulares não fossem agir. E sinalizaram que o papel agora da educação seria
de preparação universitário e apoio para alunos menos favorecidos. Defendendo
assim todas as classes sociais. Já em 1942 a lei orgânica do ensino industrial
refere-se à orientação educacional, agora com a função de correção e encaminhamento
de alunos considerados por eles problemas e elevação de qualidades morais,
sendo assim um agente de mudança.
Atualmente orientação educacional trabalha de forma integrada
com coordenação e administrador escolar. Trabalha também envolvendo principalmente
os educandos, o corpo docente, a família e a comunidade movimentando - os para
aspectos do conhecimento e buscando assim uma cultura escolar saudável e
inovadora.
A orientação
educacional se consolida através de suas atuações que permeiam o cotidiano
escolar, familiar, comunitário e equipe de docentes. Podemos atribuir ao
orientador educacional um papel principal como profissional que pode auxiliar
em diferentes aspectos. De acordo com suas atuações podemos perceber algumas
que são consideradas como principais desempenhos, sendo eles: incentivar o
aluno a pesquisa, ou seja, acompanhar a vida escolar do educando, ajudando – o
no processo de aprendizagem, pois é a principal ferramenta de trabalho do
orientador.
Tal como identificar e assessorar alunos que demonstram
dificuldades de adaptação à escola, dificuldades no rendimento escolar ou
outros problemas no ambiente escolar. Mas essas atividades sempre se realizam
com o apoio e parceria da família, administrador escolar e professores.
O orientador também deve acompanhar o trabalho do corpo
docente em desenvolver o relacionamento interpessoal com o aluno. De acordo com
Sanches: “É nesse sentido que entendo serem os orientadores educacionais
profissionais com possibilidade para facilitar o processo de relacionamento
entre professor e aluno” (SANCHES, 1999, p.25).
O serviço de orientação educacional atua na educação física e
mental pressupõe-se que o aluno precisa estar com o físico e mental ajustado
para uma boa aprendizagem. Trabalha na área de orientação vocacional, pois é
através da escola que o aluno adquire o primeiro contato com profissões nas
quais tem certa curiosidade.
Orientação educacional torna-se peça chave no processo de
ensino e aprendizagem, é essencial para a vida do discente, porquanto faz a
ligação entre o aluno, professor e a sociedade.
Orientador educacional é singular.
2 Olhar Integrador
Com vistas ás atribuições citadas acerca dos instrumentos que
compõem o corpo administrativo escolar, podemos definir a escola como uma
organização sistêmica aberta, composta por um conjunto de pessoas com
diferentes papéis que interagem e se influenciam mutuamente. Desta forma, o
corpo administrativo composto pelo gestor, coordenador pedagógico e orientador
educacional representam, em grau de importância, os principais articuladores da
instituição escolar. Vale ressaltar que não são os únicos neste processo.
Lück (1981) também enfatiza a importância de se pensar a
forma como as relações são estabelecidas e sua importância dentro do processo
educativo, segundo a autora, quando se
pensa em algum setor da escola, deve-se pensar em suas relações com os demais
setores, bem como com a comunidade. Partindo das considerações
apresentadas, reafirma-se a importância da busca por uma educação que consiga
agregar ao trabalho escolar ações conjuntas, visando atingir níveis
satisfatórios de qualidade cognitiva e operativas das aprendizagens, associando
a isto, ações que assegurem um estreitamento das relações entre escola, família
e sociedade que conseqüentemente serão transformados em valores.
Para que se alcance resultados
como estes, faz-se necessário pautar-se em trabalhar o desenvolvimento
cognitivo associado às práticas do cotidiano escolar por meio de projetos
integrados que envolvam experiências, unidades, onde cada especialista
educacional assume uma parte do todo.
Enfim, todas essas ações
servirão como fases que reverterão na eficácia do processo educativo. Integrar
estas funções torna-se essencial ao fato de que a instituição escolar tem sido
alvo de constantes transformações e indagações quanto ao cumprimento de seu
papel enquanto instituição de ensino.
3 Considerações
Finais
A eficácia do processo educativo é o objetivo primordial de
qualquer equipe gestora no desempenho de suas atribuições. Diante do tema
analisado, pôde-se observar a importância de se pensar o ambiente escolar
dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite da implementação de métodos
integrados, a fim de que se alcancem os objetivos propostos pelos membros em
questão.
Apesar de existirem funções específicas por parte dos membros
da equipe gestora, observa-se que, quando as ações se integram, o resultado
apresenta-se positivo em todos os aspectos, tanto relacional, quanto
integrador, organizado e cognitivo no sentido de alcançar com eficiência e
eficácia o processo educativo.
4
Referências
BRASIL. Decreto
n° 72.846 de 26/09/1973. Profissão de Orientador Educacional.
GARCIA, R. L.; MAIA, E. M. Uma educação nova para uma nova escola. 7 ed. São Paulo: Edições
Loyola, 1984.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. rev. anpl.
Goiânia: Livros MF, 2008.
LÜCK, H. Ação
integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 13 ed.
Petrópolis: Vozes Ltda, 1981.
SANCHES, M. A. Orientação educacional e o adolescente. São Paulo: Arte &
Ciência, 1999.
Série Coordenação Pedagógica em Foco. Salto para
o futuro. TV Escola, Ano XXII, Boletim 1, abril 2012. In. AMADO, C.; MONTEIRO,
E. Coordenação pedagógica em foco.
p. 4-7.
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